Em entrevista à CARAS Brasil, Roberta Miranda celebra destaque feminino no sertanejo e relembra luta contra o machismo dentro do gênero
Roberta Miranda (67) confessa que demorou muito para ser respeitada dentro do mundo sertanejo, que por muito tempo foi dominado por homens. Em entrevista à CARAS Brasil, a artista abriu o coração e revelou detalhes de sua luta, a qual se reconhece como pioneira do feminejo.
"Sofri muito, porque eu sempre fui uma pessoa com uma mulher de personalidade muito forte. Sou a única mulher no meio de três irmãos, fora o pai. Então nunca deixei muita brincadeira em cima de mim e na vida era a mesma coisa", diz a cantora, que durante a carreira ouviu muitos comentários machistas.
"Falavam: 'O que é essa mulher está fazendo aqui entre nós?. Reclamavam do meu sucesso me chamando de nordestina, [questionando] quem era eu para ter tanto sucesso'. Aí eu colocava eles no lugar deles, sempre coloquei", completa.
Segundo a cantora, o que a fez continuar diante das dificuldades foi sua paixão pela música e a vontade de fazer sucesso. "Bota e chapéu que comandava", brinca a artista, relembrando o quanto os homens dominavam o mercado.
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Em meio ao cenário atual o qual diversas mulheres têm brilhando dentro do sertanejo, Roberta conta que se sente orgulhosa por ter sido pioneira no segmento do feminejo e na luta por mais espaço dentro da indústria musical. "Quando eu ouço que hoje que as mulheres estão aí no mundo sertanejo, eu me sinto muito envaidecida", declara.
"Fazendo um comparativo com os bandeirantes, que abriram o caminho para a gente passar na estrada. Se não tivesse eles, até hoje nós não conseguiríamos, bateríamos na árvore, em algum lugar. Então graças a eles hoje, nós temos uma estrada a seguir e eu lutei muito, continuo ainda lutando", argumenta.
Apesar de reconhecer a presença de outras mulheres que cantavam sertanejo no passado, a cantora explica que se destacava por ser combativa e sempre ir em busca de novidades. "Eu já desafiei, me dá um nome aí de quem foi que lutou tanto para que a mulher tivesse no mundo sertanejo. Até hoje não ouvi, porque não tem. Tínhamos Inezita Barroso, as irmãs Galvão e outras, mas elas queriam o regional e eu, não. Queria o mundo, eu sempre quis. Essa é a diferença", finaliza.
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