por Ranieri Maia Rizza
Amor de cinema é como se pode definir a união do diretor e ator
Nélson Xavier (65) com a atriz, bailarina e cantora
Via Negromonte (46). Literalmente. Nélson é considerado um dos maiores intérpretes no mundo cinematográfico nacional, com mais de 50 filmes no currículo e prêmios como o Urso de Prata no Festival de Berlim, em 1978, pelo filme
A Queda, uma parceria com
Ruy Guerra (75) em que atuou como co-diretor, co-roteirista e ator. Via não fica atrás, tendo na sua trajetória a participação, como bailarina, em
Cotton Club, filme de
Francis Ford Coppola (67), um dos trabalhos que realizou durante os dez anos em que viveu entre os Estados Unidos e a Europa.
"Eu fiquei arrebatadoramente apaixonado por ela. Um amor tipo Romeu e Julieta. Aquela coisa forte, avassaladora e que não passou. Nunca havia sentido por ninguém o que sinto por ela", confessa Nélson, na Villa de CARAS, em Gramado, referindo-se ao relacionamento iniciado quando contracenaram na novela
Kananga do Japão, de
Tizuka Yamazaki (57), em 1989, pela extinta Rede Manchete.
"Vivíamos um par onde ele era um cafetão e eu era uma jovem inocente. Foi muito bom. Quando vimos, estávamos completamente apaixonados. Posso dizer que a intensidade desse amor não diminuiu nem um pouco", refleteVia. Desse encontro tão intenso nasceu a filha, Sofia Helena (15), e uma parceria constante na vida. "Somos inseparáveis. Estamos sempre juntos, como nessa vinda à Villa", afirma Via, que na televisão também já dividiu a cena com Nélson no remake de
Irmãos Coragem (1995), de
Janete Clair (1925-1983), e na recente
Belíssima, de
Sílvio de Abreu (63), onde viveram a dupla de trambiqueiros Bento e Diva.
"Sempre é uma delícia atuar junto. Na verdade, não me sentia à vontade em fazer televisão, mesmo depois de décadas de cinema. Só a partir da minissérie Lampião e Maria Bonita é que eu relaxei", declara Nélson, que teve seu primeiro papel na telinha em
Sangue e Areia, em 1968. A atriz está se preparando para entrar na próxima novela da Band,
Paixões Proibidas, dirigida por
Ignácio Coqueiro (50). Já Nélson está prestes a levar para os palcos um antigo projeto, uma conferência do humorista gaúcho
Barão de Itararé (1895-1971), dirigido por
Ivan Jef.
"Ele era um gênio. Foi um dos primeiros humoristas brasileiros, ele tinha um texto feroz, inteligente e que não perdoava ninguém", relata Nélson, sobre o espetáculo que deve estrear ainda neste segundo semestre, em local a ser definido no Rio de Janeiro.
FOTOS: LIANE NEVES