Famoso pela criatividade, carnavalesco da Unidos da Tijuca reflete sobre a sua ousadia na Sapucaí
Conhecido por revolucionar os desfiles das escolas de samba, Paulo Barros (48), carnavalesco da Unidos da Tijuca, afirma que, definitivamente, não tem nenhum receio de inovar na vida e no trabalho. O ex-comissário de bordo largou tudo para se dedicar ao carnaval na década de 1990. E, em 2010, conquistou seu primeiro título pelo Grupo Especial, já na amarelo-e-azul, com o enredo sobre segredos. No domingo, 6 de março, ele promete surpreender novamente com suas criações para o tema deste ano da escola, Esta Noite Levarei a Sua Alma, inspirado, justamente, nos temores humanos. "A ideia surgiu da pergunta de um repórter. Ele questionou se não tinha medo de arriscar. A palavra medo ficou na minha cabeça. Como queria falar de cinema também, criei uma espécie de filme de terror", explicou, na Ilha de CARAS.
- Você criou um novo conceito em desfiles desde o carro do DNA, em 2004, da Unidos da Tijuca, com as alegorias vivas...
- Sou apaixonado pelo que faço. O reconhecimento é ótimo, mas a melhor coisa é ouvir alguém dizer que voltou a assistir aos desfiles por conta das inovações. Resgatar um público que estava cansado de desfiles pautados em modelos antigos não tem preço. É bom ver que as pessoas sentem e se emocionam.
- Diverte-se no desfile?
- Criar e executar me divertem. Vibro muito quando tenho uma boa ideia. Mas, talvez, as pessoas não saibam que, para mim, o desfile é um sofrimento. Fico na concentração o tempo inteiro montando e verificando se tudo está correto. Fico estressado, não há como curtir o momento.
- E como você descansa após a maratona na avenida?
- Costumo viajar por um mês. Dessa vez, vou a Nova York, para voltar já cheio de ideias.