O camarim nada mais é do que um espaço onde a vaidade feminina aflora. E a partir daí Roseli Müller (50) quis buscar algo na charmosa Taiwan que remetesse a isso. E não foi difícil. Em suas pesquisas, ela descobriu o tradicional Festival das Cerejeiras, que toma conta do país durante a época da primavera. "Queria trabalhar em cima de algo gracioso, já que é um ambiente pequeno, muito usado aqui na Ilha. Então, me encantei com essa festa realizada no período em que os botões das flores se abrem. Eles fazem roupas, bonecos, tudo de cerejeira", contou ela. Para transpor sua ideia, a arquiteta instalou no espaço três painéis com pinturas à mão dessa flor, do artista plástico Benoît Gentil (42). "É para as pessoas se sentirem no clima, quase dentro da festa. E tem muito a ver também porque a Ilha é natureza pura", constatou ela, que procurou usar em seu ambiente somente mobiliário chinês.
O espaço também ficou mais intimista para que os vips se sintam à vontade e bem acolhidos no momento da maquiagem. "Em vez de a gente colocar um bancadão e um espelho, achamos que seria adequado dividi-lo em duas partes. A peça é a mesma, mas muda de cor, para distinguir um local do outro", contou. Um biombo de madeira também foi montado para a troca de roupa dos convidados. O toldo feito com patchwork de tecido chinês e a cortina de linho natural, que vai até o teto, dão um toque de leveza ao camarim. "Sei que é um espaço muito movimentado. Então, apesar de não ser enorme em tamanho, quis torná-lo bastante confortável", explicou ela. Roseli também inovou na área externa, criando uma aconchegante área, com mobiliários em madeira, todos com características chinesa, desde os adornos às cadeiras e aos quadros.
Em sua quarta participação como decoradora da Ilha de CARAS, a arquiteta festejou o resultado. "Isso aqui parece uma casinha de bonecas, acho que remete mesmo a brincadeiras. Então, pude embarcar de verdade nesse tema durante a elaboração de todo o trabalho", disse ela, rindo. Indagada sobre quais as cores e os materiais que aparecerão com força na área da decoração em 2011, ela fez a sua aposta. "Não gosto muito de falar em tendências. Mas acredito que os azuis estarão muito em alta. Acho que, talvez, por morarmos em um país tropical, com muita água. Mas cada projeto tem que ser único e vai da identidade do arquiteto", frisou a profissional.