DIAS DE VITÓRIA DE ZEZÉ MOTTA E NADINE

AO LADO DA FILHA, ATRIZ FALA DA LUTA PARA CONSOLIDAR A CARREIRA E SOBRE AMOR

Redação Publicado em 28/09/2007, às 14h59

Na Villa de CARAS, Zezé festeja com Nadine, uma das cinco filhas que adotou, a homenagem que recebeu no Festival de Gramado pelo conjunto de sua obra -
por Luciana Marques Com o mesmo entusiasmo com que fala sobre sua carreira de 40 anos e sobre as lutas nas quais se engajou, Zezé Motta (62) discorre sobre casamento e filhos. Mesmo sem ter gerado uma criança, ela vive plenamente a maternidade através de suas cinco filhas adotivas: Luciana (37), Nadine (30), Sirlene (26), Carla (26) e Cíntia (24). "Tenho esta questão muito bem resolvida porque minha relação de mãe com as meninas é muito intensa", diz ela, na Villa de CARAS, acompanhada pela atriz e bailarina Nadine, mãe de Luiz Antônio (5). Zezé ainda é avó de Heron (6) e Loma (4), filhos de Sirlene, e de Isadora (1), de Luciana. "Só queria ter mais tempo para ser avó, é tão bom", constata. Grande homenageada do 35a Festival de Cinema de Gramado com o troféu Oscarito, pelo conjunto da obra, a atriz e cantora, ou a 'cantriz', como se define, está radiante com o reconhecimento de quem já tem 33 filmes no currículo. Colhendo os louros, hoje Zezé só tem uma queixa com relação à vida. "Estou em um momento muito especial, mas não na parte afetiva", entrega ela, que terminou relação de três anos com o compositor Cristiano Moreno. "Me perguntam se quero dar um tempo ao meu coração e eu digo: 'não, a vida é muita curta para ficar dando tempo'", diverte- se. "No início, foram tantas dificuldades que quase desisti. Perdi trabalhos por ser negra, mas vejo que valeu a pena ter seguido em frente", contou Zezé, idealizadora do Cidan - Centro Brasileiro de Informação e Documentação do Artista Negro. "É para mostrar quem somos, quantos somos e onde estamos. Isso porque quando eu cobrava a falta de convite para negros, me diziam que não sabiam onde encontrar", justifica. - Como foi o início da carreira? - Muito difícil. Lembro de ter procurado um colega que escalava elenco para fotonovela, mas ele disse que não estava autorizado a contratar negros. Tomei um susto! Uma agência me convidou para um ensaio de uma loja de tecidos. Fiz as fotos, fui paga, mas depois disseram que a loja era para classe média. - Nem após o filme Xica da Silva, em1976, isso melhorou? - Com todo o sucesso de Xica me ligaram para participar de um especial na Globo. Achei o máximo, mas quando vi que o papel era para servir doces numa festa, recusei. Não é a questão de servir ou não o doce, abrir ou não a porta, mas só me convidavam para isso. - E hoje, como vê a situação dos atores negros? - Tenho uma boa notícia. Já existe uma preocupação em dar mais espaço para o negro. As coisas estão mudando, mas ainda temos muito chão pela frente. E eu me orgulho demais com o Cidan. São quase 500 pessoas cadastradas. Negros só faziam comercial de produtos de limpeza, hoje vendem celular, fazem TV e cinema. - O que falta para você? - Brinco que o que me falta são férias, aumento e um grande amor. Acabei de sair de uma história de quase três anos com o Cristiano. Eu consigo ficar sem namorado, mas prefiro não estar sozinha. Não tenho medo de relacionamento, entro de cabeça, pago o preço. Se tiver medo de viver, você não vive. - Como é a Zezé mãe? - Minhas filhas estão criadas e já tenho quatro netos, mas acho que meus netos terão a mesma frustração que as minhas filhas. Elas sempre diziam na adolescência que eu tinha pouco tempo para elas. Mas o tempo em que eu estou com eles aproveito ao máximo.
Ilha de Caras

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