A equipe de conceituados profissionais traça os planos com inspiração no Extremo Oriente
Logo após conhecer os seus espaços através de um sorteio, arquitetos, decoradores e paisagistas incumbidos de levar a magia e o exotismo do Extremo Oriente para a Ilha de CARAS 2011 puseram a mão na massa. Munido de trenas, máquinas fotográficas, pranchetas, iPhones e celulares com câmera digital, o time de conceituados profissionais começou a traçar seus planos, sob a coordenação do engenheiro Mario Wrobel (57). Jairo de Sender (53), que pela 14a vez cuida de um ambiente, se empolgou com a missão de revisitar o Japão no deck do ofurô. "O interessante é que estou muito ligado nessa coisa oriental desde que, há dois anos, conheci cidades como Tóquio, Nara e Kamakura", explicou. Apesar da expectativa com o início dos trabalhos, o grupo mostrou muita animação. "Acho esse encontro importantíssimo. É a primeira impressão. Cada um recebe o espaço e a análise física é essencial. Há também troca de ideias, porque somos muito unidos. Não há surpresas, nem nada a esconder. E o público acaba beneficiado com isso", afirmou Rogério Antunes (51), que terá a missão de levar a Indonésia ao anfiteatro com o parceiro Bernardo Schor (47). "Queremos algo impactante, já que o local é muito visível para quem chega à Ilha", emendou Bernardo.
Com a proposta de mostrar Taiwan no camarim, Roseli Müller (50) também apontou suas metas. "Meu ambiente é legal porque parece uma casinha de bonecas, remete a um universo de brincadeiras. E como a maquiagem não deixa de ser uma palheta de cores, buscarei levar isso para lá", explicou ela. A graça, a beleza e os mistérios da China vão ser mostrados por Luiz Fernando Grabowsky (51) no living e por Gorete Colaço (40) no restaurante e na varanda. "É uma delícia essa história de trabalhar com temas. Faz com que a gente mergulhe nos países, como se fosse uma viagem. Já tenho até algumas propostas. Quero usar muito vermelho, que nesse país representa o sangue, e o amarelo, em alusão ao sol e ao ouro", disse Gorete. Ao seu lado, Grabowsky contou que, por coincidência, visitou a China este ano. "Conheci muitos templos e quero passar um pouco da religiosidade do povo, que é forte. Também penso em explorar o lado desenvolvido da arquitetura", completou ele.
O time de estreantes logo quis conhecer os ambientes. A arquiteta Tatiana Lopes (34) se dirigiu até a praia, para onde transportará um pouco de Bali. "Dá certo nervosismo. Mas como estou no meio de amigos de profissão, fico mais tranquila. E já vale a pena só em conhecer essa Ilha linda e participar do projeto em um espaço tão bacana", afirmou. O mesmo sentimento tomou conta de Aparecida Barreto (46), escolhida para trabalhar nos banheiros da sauna com inspiração no Timor Leste. "Agora é preciso muita pesquisa por ser um assunto bem específico. Mas a ansiedade aparece só até resolver o projeto, depois as coisas fluem com serenidade", disse ela. Também pela primeira vez na Ilha, o casal de paisagistas Claudio Pedalino (53) e Suzi Barreto (38) elogiou a beleza natural do deck da piscina. Eles terão a missão de decorar com o tema Macau. "Aqui é muito legal, porque podemos aplicar exatamente o que acreditamos que é paisagismo. Não é só ter um jardim bonito. É também criar áreas de estar para a pessoa interagir e vivenciar o espaço", disse Suzi. Já Claudio contou que terá ajuda especial para compor o seu projeto. "Meu filho, Pedro, que está se formando em arquitetura, viajou à China recentemente. E fez um acervo de fotos da região. Vimos que lá eles priorizam as áreas externas, o que é a tônica do nosso trabalho. Vamos criar ambientes vietnamitas esmaltados. Cada ano é um desafio maior. É preciso inovar e fazer com que os convidados sintam vontade de estar no seu ambiente", contou ela.
Os responsáveis pela ornamentação dos bangalôs também trocaram ideias. Paula Neder (48) e Alexandre Monteiro (39), que cuidarão do 1, com o tema Vietnã, e Claudia Brassaroto (44), que fará o 2, inspirado na Malásia, falaram sobre tendências. "Atualmente percebemos uma certa liberdade para trabalhar com cores, estampas, texturas", disse Paula. "Existe hoje algo menos formatado, onde você pode experimentar mais", com paisagísticos onde as pessoas tenham os melhores sentimentos", disse ele. Em se tratando de natureza, a também paisagista Adriana Fonseca (47), veterana na Ilha, falou sobre os planos de levar a Coreia do Sul para os jardins. "Pretendo usar a vegetação típica de Angra e elementos como água, além de vasos completou Alexandre. "Tendência na decoração é como na moda, ela vem, vai, volta. Hoje está se usando muito a madeira de demolição ou indo mais para o clássico, com o papel de veludo. Mas a parte do modernismo continua forte. Sempre há quem queira ou tudo branco ou tudo preto. O bacana é ter competência para trabalhar com diversidade. Dentro da nossa profissão, o importante é criar", garantiu Claudia, com o aval da dupla Flávia Santoro (32) e Dani Parreira (33), responsáveis por retratar as Filipinas no 3. "As coisas vão e voltam mesmo na maior velocidade. Um móvel antigo que você pensa que não usará mais recebe uma roupagem nova com laca colorida, por exemplo, e fica lindo", exemplificou Flávia. O arquiteto Cadas Abranches (55), o decano da Ilha, com 15 participações, levará Cingapura ao caramanchão. "Não vou muito nessa onda de tendência. Vai da minha cabeça mesmo", divertiu-se ele, preferindo evitar os modismos.
Em meio à ansiedade com o início do projeto, os arquitetos lembraram ainda a importância do evento. "A Ilha é uma referência maravilhosa para os nossos trabalhos porque está ligada a uma revista do porte da CARAS", comentou Caco Borges (54), convidado a decorar o bangalô 4, que tem como motivação a Tailândia. A mesma opinião teve a dupla Rodrigo Jorge (37) e Fábio Bouillet (35), que apresentarão o Camboja no 5. "É uma experiência ótima. O conceito e a logística são diferentes de mostras como a Casa Cor. Dá uma adrenalina legal", justificou Rodrigo.