Ex-técnico da seleção brasileira revela que deixou o futebol para se dedicar à família
Um grande teórico do futebol, Carlos Alberto Parreira (68) arregaça as mangas e entra em campo quando o assunto é a convivência com os quatro netos. Brincadeiras na areia, mergulho no mar, passeio de jet ski alegraram ainda mais a visita do técnico com a família à Ilha de CARAS. Longe dos gramados há um ano, após dirigir a seleção da África do Sul na Copa do Mundo, ele assume que pendurou as chuteiras para ficar mais próximo da mulher, Leila, com quem está casado há 38 anos, das filhas e netos, Isabela, 11 meses, e Rafael (4), da arquiteta Dani Parreira (33), e Letícia (5) e Lucas (4), da publicitária Vanessa Parreira (36). “Quando terminou a competição, sabia que iria parar. Queria ter mais tempo ao lado das pessoas que amo”, justifica ele, que por 43 anos se dedicou ao futebol, participou de seis Copas como técnico, campeão em 1994 dirigindo o Brasil nos Estados Unidos, além de ter sido o preparador físico da Seleção de 1970. Nos clubes, conquistou títulos como o campeonato brasileiro em 1984, com o Fluminense, e a Copa do Brasil de 2002, com o Corinthians. “Não é fácil cortar o cordão umbilical das quatro linhas, mas ficar distante do dia a dia da minha casa começou a ser doloroso”, desabafa. Desde o anúncio da aposentadoria, Parreira revela que já surgiram convites tentadores para voltar aos gramados, porém, nada que superasse o seu estado de graça de participar da rotina do clã. “Nenhum gol me deu tanta alegria como o sorriso que recebi de cada um deles”, garante.
– O que mais o encorajou na hora de se aposentar?
– Quando estava à frente da África do Sul, telefonava quase todos os dias para casa e a minha netinha mais velha, Letícia, me perguntava quanto tempo faltava para eu voltar. Aquilo cortava o meu coração. Quando não estava trabalhando, me dedicava à leitura para aguentar a distância. Pesei todos esses sentimentos e decidi que iria parar.
– Mas antes não era sofrido ficar longe da família?
– Sempre foi, mas na juventude, estava na fase de me realizar profissionalmente. E isso aconteceu, o futebol é a minha vida. Mas as minhas prioridades mudaram.
E rola uma ‘crise de abstinência’ dos gramados?
– Ainda não (risos). Me preparei de tal forma que fico imparcial até quando assisto aos jogos de futebol. Só me empolgo quando vejo a Seleção Brasileira.
– Em que mais a carreira atrapalhou a vida pessoal?
– Não é que atrapalhou, mas me distanciou da família. Fiquei 20 anos fora do Brasil e o tempo passa rápido. Sempre dei atenção às meninas quando estava junto, mas a Leila abdicou de tudo para me ajudar. Sem ela, não teria seguido a minha profissão.
– É uma declaração de amor?
– É (risos). Leila me ajudou muito. Em 78, fui morar no Kuwait e não tinha nada lá. Ela foi comigo e segurou a onda. Vou agradecê-la a vida toda.
– Você é romântico?
– Demais. Até aprendi a cozinhar paellas, risotos e massas. Faço tudo para ela.
– O que mais fazem juntos?
– Viajar, comprar coisas para casa, pintar e fotografar. Deve ser chato para caramba ter uma mulher que não goste das mesmas coisas que a gente. Tive sorte.
– Pelo olhar de vocês, vivem como dois namorados...
– É importante ser assim, para a relação ter sentido. Por exemplo, mantivemos até hoje os apelidos da adolescência, Gigio e Gigia. Tudo por causa do ratinho Topo Gigio, que era personagem de um programa do Agildo Ribeiro em 1968. Começou a ser uma maneira carinhosa de nos tratarmos.
– Como é a sua nova rotina?
– Continuo valorizando uma vida simples, mas sempre ao lado da família. Fiz um slide show para cada netinho, com 140 fotos. Agora que estou com mais tempo, também quero digitalizar cerca de quatro mil fotos da minha profissão. Pretendo escrever um livro sobre futebol e contar como é a realidade dos jogadores que moram no exterior. Não tem como sair desse universo, não sei fazer outra coisa.
– Gostaria que um dos netos virasse jogador de futebol?
– Não aconselharia. O futebol é muito ingrato. Tive sorte, mas não é sempre assim. É uma competição muito grande. O mercado de trabalho está cada vez menor, só valorizam o resultado. O mais engraçado é que os meus dois netos adoram futebol. Luquinhas tem um álbum de figurinhas e já identifica as bandeiras dos times. Bom, se eles tiverem a vocação, vou ajudar. Mas não incentivo.
– Além dos títulos, herdou do esporte uma vida mais saudável?
– Com certeza. Faço esteira e procuro me alimentar moderadamente, evito doces, mas não deixo de beber uma cervejinha socialmente. Quando era preparador físico, pesava 79kg, era saradão (risos). Hoje, estou com 83 kg, em 1,74 m, e ainda tenho terno que dá em mim. Acho que estou no lucro.
– Você acha que ainda falta mais alguma coisa para ser feliz?
– Mais nada (risos). O que eu não consegui fazer pelas minhas filhas, porque estava longe, estou fazendo pelos meus netos. Brinco muito com eles, participo de tudo. Estamos sempre juntos.
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