Surpreendendo os que esperavam toda a sofisticação e a elegância inerentes à maison francesa, o novato no universo do vestuário feminino Hedi Slimane aposta na estética do movimento grunge para o inverno. O estilista, que fez escola e história na roupa masculina — foi o primeiro designer da categoria a ganhar o prêmio da CFDA, uma espécie de Oscar da moda —, mostra em sua segunda coleção para a marca elementos
pra lá de sensuais e contraditórios. A começar pelos vestidos no melhor estilo camisolinha, usados sob blazers boyfriend ou sob polêmicos casacões de pele. Arrematando esse visual, as meias-calças do tipo arrastão e as botas pesadonas à la nirvana fazem o clima rebeldia-fashionista acontecer. Já para um momento ainda mais festa, minissaias de couro contrastam-se com partes de cima mais comuns ao universo Saint Laurent:
o smoking (agora curtinho) em preto e branco. Ainda referindo-se aos anos 1990, os tricôs soltões com fios metalizados fazem as vezes de vestidos e confirmam o desejo por uma espécie de conforto glamouroso quase irresistível para o público mais jovem. Ainda nesta mesma onda, não poderiam deixar de aparecer as camisas xadrezes e muitas peças de couro. Para os acessórios, nenhuma clássica it bag parece estar a caminho e sim diferentes propostas de biker boots já apresentadas em outras temporadas. Pelo visto, novidade não foi o forte por aqui, a não ser pela confirmação de que a estética da era Kurt Cobain está mesmo de volta e que as marcas tradicionais vêm se esforçando para chamar a atenção de um grupo de mulheres cada vez mais jovens. Resta saber se caminham para o lugar certo.
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