O designer contou tudo sobre seu encontro com os gigantes do entretenimento
Dando continuidade a tópicos como animação e design, Hans Donner fala em entrevista exclusiva para a CARAS Brasil, sobre os grandes gênios da Pixar e Dreamworks, além de explicar mais sobre a história do design digital.
Visitando o início de sua carreira, o designer revelou que conheceu diversas pessoas quando trabalhou no ‘Silicon Valley’, em São Francisco, Califórnia. Porém, muitas vezes, suas ideias acabavam sendo limitadas: “Criar é muito simples. Eu pude desenhar a marca da Globo em um guardanapo, com diferenças de tons e volume, mas precisei esperar 8 anos para que os matemáticos escrevessem uma fórmula, já que não existiam os famosos ‘softwares’. Trabalhei com vários gênios matemáticos para escrever números que virassem imagens. Imagina o sonho [...] se tornar realidade?”, disse.
Sobre as novas tecnologias de computação gráfica, continuou: “Um dia chegaram dois rapazes com um filme, um curta metragem, que ganhou um prêmio. Se chamava ‘Toy Story’. Eu, que fazia trabalhos para a televisão brasileira, via a equipe conversando sobre filmes e me questionava, já que eu só via a tecnologia utilizada nestes aplicada em aberturas e vinhetas, no máximo.”
O artista ainda explicou sobre como foi o início da competição entre duas gigantes do entretenimento: “Este curta metragem acabou virando um filme, porém, a equipe toda da Pixar ficou muito confusa, já que seriam necessários milhões de dólares, e ninguém tinha isso. Todos eram muito jovens. Dez dias depois, Steve Jobs foi demitido de sua própria empresa, com 100 milhões de dólares. Alguns dias depois, alguns membros da mesma equipe o encontraram e acabaram comentando sobre o projeto do filme. Steve forneceu 10 milhões de dólares para criarem. Isso fez com que a Pixar acontecesse e vingasse. Os 3 meninos que iniciaram na garagem, junto comigo, fazendo os logos do globo, viraram a Dreamworks. A concorrência das maiores empresas de computação gráfica, que mudaram o mundo, estava aí”, contou.
Criatividade nunca foi algo fácil, ainda mais com a falta de recursos potentes para executar ideias. Sobre isso, Donner disse: “Quando estou sentado, pensando, sou capaz de olhar para um móvel e pensar: eu posso desenhar essa cadeira, vai ser diferente. Um tapete, um prédio... tudo pode ser diferente. Quando percebi que a hora não passava, o tempo não passava, eu escutei dizerem: desenhe o tempo, coloque o seu talento dentro dele! Comecei a pensar, e, caramba, os homens inventaram ponteiros, quinas, e até usaram digitais em bombas relógio. Eu falei, não, chegou a hora. Vou checar tudo que tenho de volume, de design, e colocar dentro do tempo. Foi aí que nasceu o visual do tempo, porque ele não para nunca”, revelou.
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