No Castelo de Caras, estrela Susana Vieira assume as suas fragilidades
Seja pelo desempenho profissional ou pelo carisma e desenvoltura, Susana Vieira (69) conquistou o público e se tornou uma das atrizes mais populares do país. Mas são poucos os que realmente conhecem Sônia Maria Vieira Gonçalves, como ela foi batizada. A estrela, que assume ter se tornado uma mulher forte após a morte da mãe, Maria Conceição, em 1972, ultimamente tem se permitido mostrar as fragilidades tanto para o namorado, o ator Sandro Pedroso (26), com quem está há dois anos e sete meses, quanto para o filho, Rodrigo (46), do casamento com Régis Cardoso (1934-2005), e os netos, Rafael (15) e Bruno (12). “Já me peguei falando de um jeito infantil coisas carinhosas para o Sandro”, revela ela, às gargalhadas, em temporada no Castelo de CARAS, New York.
Além das sessões de terapia, Susana credita essa mudança de comportamento ao amado. “Ele tenta me ensinar a viver sem tantas cobranças. Estou me reavaliando. É um processo, mas tenho gostado dessas mudanças”, conta ela, que, pela primeira vez após 51 anos de carreira — 41 só na TV Globo —, não emendou um trabalho no outro. A atriz se deu férias após o fim das gravações da série Lara com Z, em julho. “Durmo até mais tarde, sem complexo de culpa. Há cinco décadas trabalho para erguer a estrutura da minha casa. Agora, posso me dar este descanso. Sou bem paga e bem amada. Minha alma se aquietou”, comemora.
– Por que exigia tanto de si?
– Fui educada assim. Não tenho a menor vaidade física e capitalista. Até para fazer um ovo frito,arrumar a casa, meus pais falavam que precisávamos fazer bem a todo custo. Sandro me pede menos rigidez e para não me descabelar tanto em situações que me frustram. E, aos pouquinhos, estou tentando não levar tudo a ferro e fogo. Sabe o que acontece? Era muito rigorosa comigo e com os outros porque sempre fui muito exigida na vida.
– Essa sua firmeza e determinação a incomodam?
– Já me perguntei várias vezes se nasci assim ou as experiências me modificaram. Tive um baque muito grande quando minha mãe morreu. Parecia que minha vida tinha acabado ali. A sensação é a de que nunca mais alguém vai voltar a olhar para você com doçura, complacência... Já estava separada do Régis quando sofri essa perda e tive que vestir uma armadura para defender meu filho e montar uma estrutura para todos nós.
– E nunca se queixou disso..
– Tenho pavor de ser reclamona. A vida é uma tsunami e sou uma sobrevivente. É obvio que tenho momentos de tristeza, mas nada que uma boa noite de sono não possa resolver. A ferida fecha comigo à força (risos).
– Guarda mágoas?
– Não tenho mágoa, mas raiva. O tempo acaba atenuando tudo. Prefiro não entrar em detalhes.
– Arrepende-se de alguma coisa que tenha feito?
– De várias. Com o meu temperamento então... Às vezes, sou malcriada com as pessoas (risos). Preciso melhorar, até porque pretendo viver até os 105 anos.
– Você apontou a influência de Sandro como responsável por suas mudanças de comportamento. E o contrário aconteceu?
– Sandro conseguiu não absorver nada de mim. Ele não ficou impulsivo e nem malcriado.
– Em que se parecem?
– A impaciência (risos). Antes de ele procurar qualquer coisa dentro de casa, uma carteira, por exemplo, sempre me pergunta onde está. Isso me irritava, agora não. Estou sendo moldada.
– O que Sandro representa?
– Ele é um homem ideal para mim. Quando me encontrou, eu estava vivendo um momento difícil (a separação e a morte do ex-policial Marcelo Silva), e ele foi paciente. Sandro soube nos transformar em dois namoradinhos. O equilíbrio de um casamento é quando um fica olhando para cara do outro em casa, sem a vontade de fazer mais nada, e acha tudo ótimo. Nós vivemos assim. É uma relação de brincadeira, de alegria, muito gostosa.
– Sandro está gravando a novela Fina Estampa e você disse que é a primeira vez que passam tanto tempo longe. Como se sente?
– Acho que com mais maturidade na relação. Antes de conhecer Sandro, jamais aceitaria ficar longe do meu companheiro. Iria pedir à pessoa que largasse tudo para ficar comigo. Acreditava que essa seria uma forma de ele demostrar seu amor por mim (risos). Mas faço questão de repetir, estou mudando. Até porque comecei a refletir e lembrei as tantas vezes que trabalhei longe do Rio, onde moro, e deixei o meu filho, ainda pequeno, me esperando. Se tive que viver isso com Rodrigo, por que não poderia passar com um namorado? Mas Sandro exige que eu ligue toda a hora para ele, mesmo sabendo que está sempre presente nos meus pensamentos e no meu coração.
– Após mais de dois anos juntos, vocês demonstram que não perderam o romantismo. Mas o ciúme diminuiu com o tempo?
– (Risos) Ciúme sempre teremos, mas sem exageros. Faz parte quando estamos com alguém que a gente gosta. Teve uma vez que o Sandro viajou para a cidade dele, Ponta Grossa, no Paraná, e disse que queria ir sozinho porque sempre que vou viro uma atração (risos). Isso me incomodou. Fui conversar com a minha psicanalista sobre essa insegurança e ela me mostrou a visão dele. De que queria curtir aquele aconchego sem grandes movimentações. Acabei relaxando e deixando as coisas rolarem. Quando vi, ele tinha voltado para a nossa casa antes do tempo.
– A atitude dele lhe agradou?
– Fiquei satisfeita (risos). Estou curtindo a fase voltada para minha vida pessoal. Gosto de fazer massagem no Sandro depois do trabalho. Mas quando peço o mesmo, ele não faz nem no meu dedinho do pé (risos). Coisa de homem...
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