Na charmosa Tarrytown, em New York, os elegantes Angela e Miguel falam de sua feliz relação de dez anos; cumplicidade é a palavra que rege a rotina da atriz e do cartunista
No lugar da impulsividade dos amores adolescentes, a sutileza dos gestos. Ao invés da insegurança da juventude, a certeza do sentimento maduro e equilibrado. Assim é o relacionamento de Angela Veira (60) e Miguel Paiva (62), que, superadas as diferenças e valorizadas as semelhanças, já soma dez anos de união. “É preciso cultivar, fazer pulsar a relação. Não perder a vontade de se ver, sentir saudade e ter tesão. Poderíamos ser independentes, afinal, não temos filhos em comum, não temos uma empresa, enfim, nada nos prende, a não ser a vontade de estarmos juntos”, resume a atriz carioca. “Procuramos manter o equilíbrio. Por exemplo, eu era aventureiro e, hoje, sou mais doméstico, gosto de viver na torre do castelo. Angela é diferente, é mais disponível e acaba me tirando dessa torre. Funciona como uma balança”, exemplifica o cartunista. “Apesar de mais tranquilo, ele tem uma jovialidade maior que a minha”, pondera ela, no Castelo de CARAS, em NY.
No campo profissional, o par aprendeu a lidar com a rotina de cada um, afinal, quando começaram a escrever uma história a dois já tinham carreiras estabelecidas. “Procuramos não misturar trabalho com a vida pessoal, mas isso não impede que um ajude o outro, temos uma parceria espontânea”, ressalta Miguel, pai de Diego (37), Vitor (29) e Caio (14), de relações anteriores. “Respeitamos nossos espaços e nossas tarefas”, emenda a atriz, mãe de Nina (28), do casamento com o ator Roberto Frota, e escalada para a próxima trama global das 7, O Caribe É Aqui.
– Qual o segredo da relação?
Angela – As relações mudam de um parceiro para o outro e essa dinâmica é fundamental para evoluir na vida a dois. Não lembro como eram meus namoros de adolescente, pois fui mudando ao logo dos tempos, me reinventando.
Miguel – Temos personalidades semelhantes e isso ajuda. Por outro lado, as diferenças são necessárias, para ouvirmos opiniões opostas.
– Quando se conheceram, acreditavam em um novo recomeço?
Angela – Foi uma surpresa me apaixonar aos 50 anos! Já conhecia Miguel e sempre o achei um homem interessante, mas nunca tivemos uma paquera. Um dia, mudei minha visão por ele. Eu queria ficar sozinha, em meu mundo, mas ele me trouxe o novo.
Miguel – No início, fiquei assustado por ser a Angela. Achei que ela não daria bola para mim!
– Você disse que Miguel é mais jovial. Não se vê assim?
Angela – Tenho um espírito jovem, mas Miguel tem mais! Ele é tranquilo, mas por trabalhar com criação, tem uma jovialidade maior. Ele é curioso, tem uma inquietação natural, enquanto eu sou mais assentada. Mas, por ser atriz, acompanho as novidades, e ainda tem o filho adolescente dele, o Caio, que me faz ter contato com o mundo dos jovens. Miguel não se casou com uma mulher muito mais nova porque essa pitada jovem ele já tem com os filhos.
– E como se saem como pais?
Angela – Não tenho culpas, mesmo sabendo que, por ser atriz, muitas vezes não podia estar presente. Fui uma mãe administrativa, cobrava resultados, mas, ao mesmo tempo, era liberal, o que fez minha filha ser uma adolescente um pouco rebelde. Nina é bem parecida com Miguel, os dois são de capricórnio e, quando cismam que têm razão, não há como convencê-los do contrario.
Miguel – Angela brinca que vim ao mundo para ser pai. Sou realmente dedicado. Meus filhos têm prazer de estar comigo. Caio, o caçula, mora conosco e temos uma relação espontânea.
– Como é ter dois homens em casa e ser a única mulher?
– Confesso, às vezes, é chato! É muito homem, muito papo de homem, muita testosterona e eu no meio, sem saber o que falar. Mas Caio é calmo, adulto, é legal mergulhar no universo dele.
– Têm um lado espiritual?
Angela – Não sou católica, mas eu tenho as minhas crenças e sempre procuro andar com alguma coisa de São Miguel.
Miguel – Sou ateu, minha crença é mesmo no amor!
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