Juntos há cerca de 30 anos, os atores Bruna Lombardi (56) e Carlos Alberto Riccelli (61) nunca oficializaram a união nem quiseram festejar o casamento. A falta de planejamento, além da ausência de ansiedade sobre o futuro da relação, eles apontam como parte da fórmula da felicidade e longevidade desse amor. Parceiros também na arte, produtores e investidores apaixonados pelo cinema, há 16 anos eles se dividem entre São Paulo e Los Angeles, EUA. E nessas andanças pelo mundo, estão sempre à procura de histórias interessantes, que rendam bons roteiros.
Nos últimos meses, o casal brilhou nas salas de exibição do Brasil e percorreu festivais do mundo com O Signo da Cidade, roteirizado por Bruna, que também protagoniza a trama, e dirigido por Riccelli. O filme marca a estréia especialíssima do filho, Kim (27), como ator e tornou-se um marco na vida de ambos. "Foi uma enorme expansão de horizontes, um dos maiores retornos de trabalho que a gente já teve. Não só pela maneira como o público reagiu, mas também pelo desdobramento que esse trabalho teve e ainda está tendo. Jamais imaginávamos que seria uma jornada tão longa e prazerosa", comemora Bruna.
No Castelo de CARAS, eles fazem um balanço pessoal e profissional, não poupam elogios a Kim e alardeiam a importância de salvar o planeta.
- O Signo da Cidade marcou a estréia de Kim como ator. Como foi esse momento familiar?
Bruna- De união muito forte. Somos, os três, parceiros e cúmplices de trabalho, na vida e no amor. Kim tem talento e muito valor, independentemente de ser filho de artistas famosos, e ele sabe muito bem disso. Sempre fizemos questão que ele buscasse suas conquistas sozinho. E esse caminho dele, como ator, hoje ficou claro para todos nós.
Riccelli- A gente sabe que ele tem talento e que realmente é 'tudo isso', mas Kim sempre consegue nos surpreender. E pai falando é difícil... Sempre vou falar bem.
- Existe algum segredo para tantos anos de casamento feliz, incluindo parceria profissional?
Bruna - Estamos juntos há muitos e muitos anos, mas não fazemos conta nem comemoramos datas. Nunca fizemos da vida a dois um compromisso e não temos meta além da felicidade diária. Talvez a falta de expectativa seja o segredo.
Riccelli - Vamos ficando juntos porque é bom e não porque temos um plano traçado.
Bruna - Embora intensa, nossa relação é leve. Buscamos um lado zen e paz de espírito, equilíbrio.
- Gostam da natureza?
Bruna - Adoramos estar em meio ao verde e, também por isso, estamos encantados com esse Castelo. Ter um jardim é obrigatório em nossas casas de Los Angeles, São Paulo e Trancoso, na Bahia. Amamos lidar com a terra, plantar e estudar as espécies. Pela quantidade de árvores que já plantamos, contribuímos por muitas gerações.
- Vocês estão engajados na questão ambiental?
Bruna - Está na hora de ter uma visão macro, não só do que consumimos, mas do que está acontecendo no planeta.
Riccelli - Nem conseguimos calcular todo o mal que causam os pesticidas que há tantos anos usamos nas lavouras, não só para quem se alimenta desses produtos, mas para a terra. Esse pensamento é constante em nosso dia-a-dia.
Bruna - Não é falar da boca para fora, para ser politicamente correto. Temos que pensar em construções inteligentes, usar energia solar, buscar madeira certificada. Essa é a nossa filosofia de vida.
Riccelli - Kim não só herdou isso, como se aprofundou. É a nova geração, age como um computador mais moderno e avançado.
- O que acham do Castelo de CARAS em New York?
- Ao contrário dos europeus, que normalmente têm mais de três séculos de história, todo castelo americano é novo. Essas construções são sonhos que um milionário realizou, um castelo feito para uma amada. E essa história me fascina. Esse lugar é lindo e a natureza chama a atenção. Até onde a vista alcança, vê-se o verde.
- Gostam de Manhattan?
Riccelli - Claro! Vamos ao teatro e ficamos atentos às novas manifestações de arte.
Bruna - Manhattan é muito eletrizante e estimulante, uma energia constante.
- Como definem o momento que estão vivendo?
Bruna - Todos os momentos de nossas vidas são bons. Não subtrairia nenhum deles. Também não acrescentaria nada. Cada etapa a gente tem que viver com firmeza. E temos feito isso durante as últimas décadas.