Em entrevista à CARAS Brasil, o perito Gleibe Pretti explicou o processo para constatar que Ana Hickmann teve assinatura falsificada em documentos
Ana Hickmann (42) revelou ter encontrado documentos com assinaturas adulteradas no escritório de Alexandre Correa (52), antes do desentendimento que resultou em uma agressão. Em entrevista à CARAS Brasil, o perito grafotécnico Gleibe Pretti confirmou que a assinatura da apresentadora teria sido falsificada e explicou o processo para chegar à conclusão; entenda a seguir.
Pretti conta que recebeu dois documentos que contavam com uma suposta assinatura de Ana Hickmann. "Uma cópia da cédula de crédito bancária do Bradesco de 2023 e o outro uma procuração de 2013. [A partir disso], nós fizemos uma análise prévia com 6 elementos que mais chamaram a atenção em uma primeira análise, dos 22 que poderiam ser avaliados em uma perícia."
O especialista explica que para a análise foi necessária uma coleta de assinaturas atuais da apresentadora, para que pudessem ser comparadas com os documentos apresentados. Confira abaixo uma imagem da assinatura falsificada.
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"Ficou visível que a parte inicial da assinatura padrão começou por cima, em um ataque ensaiado, enquanto que na questionada, a letra 'A' começa por baixo, com ataque apoiado", explica Pretti. "No final, o remate na letra 'C' também é divergente, já que foi apoiado na assinatura padrão, contendo ainda um mínimo gráfico [ponto], mas na assinatura questionada, o remate é infinito."
"Chamou também bastante atenção quando se descobriu a verdadeira trajetória de construção da letra 'A' do sobrenome, onde na assinatura padrão não está ligada na letra 'N' e foi circulada em sentido anti-horário [sinistrogiro], enquanto na questionada estão juntas e começou no sentido horário [dextrogiro]", completou o perito.
O especialista diz que esses casos são comuns especialmente em casos de empréstimos fraudulentos, que podem acontecer em casos de golpes, por exemplo. Ele afirma que a identificação do crime sempre é feita pela perícia grafotécnica, que pode ser pedida perante à Justiça ou contratata particularmente.
Ele ainda explica que não há necessidade de nível superior, concurso público ou experiência prévia para a maioria dos tribunais para ser perito gráfico. De acordo com Pretti, um curso bem qualificado já é suficiente para o profissional ter um bom conhecimento.
"Esta formação leva em torno de três meses, mas é sempre indicado o estudo constante. Eu, por exemplo, tenho mais de 10 anos de experiência na perícia grafotécnica. Mas sempre em busca de conhecimento, tanto pra aprimoramento das técnicas já existentes."
Em entrevista ao Domingo Espetacular, Ana Hickmann disse que se "assustou" ao ver sua assinatura em documentos e cheques que ela não lembra de ter assinado. O caso será investigado pelas autoridades. "Assinaturas que eu tenho certeza que não são minhas, valores que eu me deparei e falei: não é possível", declarou.
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