ESTILISTAS APOSTAM NA DIVERSIDADE E AS TENDÊNCIAS PARA O GUARDA-ROUPA MASCULINO MOSTRAM DO RETRÔ À VANGUARDA
por Alberto Santiago
Os famosos, desta vez, ficaram na primeira fila e as passarelas foram dominadas por tops nas oito apresentações exclusivamente dedicadas à moda masculina do São Paulo Fashion Week, realizado na capital paulista. "
O segmento se impôs no evento e no mercado e os shows já estão entre os mais disputados", avaliou
Paulo Borges (41), criador e diretor artístico do evento.
O que se viu foi um inverno sóbrio, escuro, mas com saudável democracia de estilos. Clássicos da moda masculina - ternos, blazers, cardigans e jeans, geralmente secos e retos - foram repaginados em coleções como as de
Fause Haten (36) e
Ricardo Almeida (50).
"O homem agora quer o exclusivo", disse Almeida, garantindo que o paletó ajustado e com dois botões já é hit entre seus clientes executivos.
Já
Vitor Santos (36) e
Rogério Hideki (36), da V. Rom, apostaram em modelagens amplas e cores fortes. "
É uma mensagem de alto-astral, faz com que o público se ache capaz de mudar", disse Vitor.
Se há um homem mais
jet setter, que não teme ousadias como um blazer branco, os clientes da VR Menswear foram surpreendidos por conceituais peças de tear e abotoamentos assimétricos, o oposto do estilo comportado da marca.
Boêmia, a coleção de
Mario Queiroz (43) apostou em
looks retrôs, com "perfume" da Paris da década de 1920, os chamados anos loucos. "
A novidade é a tecnologia têxtil, que faz lãs e jacquards
ainda mais leves", explicou ele.
Maxime Perelmuter (27), que trocou o nome de sua marca, a British Colony, pelo seu próprio, apresentou coleção autoral, com calças amplas conjugadas a paletós estruturados.
Alexandre Herchcovitch (34) propôs malhas mesmo nos modelos de alfaiataria. "
A palavra é conforto", resumiu ele, inspirado em príncipes, ao estilo de Andréa Casiraghi (21), de Mônaco.
Descoladíssimo também foi o show da Cavalera, de
Alberto Hiar (39), o Turco Lôco. Concebida por
Paulo Carvas (27), novo estilista da marca, a coleção mostrou uma espécie de nômade urbano e
fashion. "
O movimento Expressionista e o documentário São Paulo, Sinfonia de uma Metrópole
, de 1929, nos inspirou", definiu Hiar.