Ela, que há 2 anos vive romance secreto com cantor, admite que já sentiu verdadeira agonia dele
Apesar de evitar falar da sua relação com
Chico Buarque (66), com quem é vista há dois anos em shows, jantares e passeios pelas ruas do Rio, a cantora
Thaís Gulin (31) conta que as lembranças que guarda dele na sua infância não são realmente das melhores.
"Minha mãe, Sandra, ouvia músicas pesadas dele, como Cálice
, ou coisas desse tipo, em vez de Saltimbancos
, e eu tinha uma verdadeira agonia dele. Na época, queria mesmo era escutar Balão Mágico
", recorda a intérprete, que autografou em uma livraria da zona sul carioca o seu segundo CD, intitulado
ôÔÔôôÔôÔ, lançado há um mês. Durante a noite do evento, ela foi prestigiada por
Miúcha (73), a irmã mais velha de Chico.
"Eu sou a sua garota-propaganda; ou melhor, a cunhada-propaganda", brincou a também cantora, exibindo nas mãos o álbum de Thaís, que nasceu em Curitiba e está radicada no Rio há oito anos.
A discrição do romance retrata a personalidade arredia de Chico, que não foi ao lançamento e é 35 anos mais velho do que ela. Desde a separação de
Marieta Severo (64), mãe de suas três filhas,
Silvia (42),
Helena (40) e
Luísa (35), em 1997, após 30 anos, ele jamais assumiu qualquer relacionamento, mesmo já tendo aparecido na companhia de diferentes mulheres. O único
affaire do cantor que se tornou público foi a fotógrafa e produtora de eventos
Celina Andrade Lima Sjostedt (40), com quem foi flagrado trocando beijos e carinhos em um banho de mar na praia do Leblon, bairro onde mora, em 2005. Já Thaís e o compositor saem juntos desde abril de 2009. Em novembro daquele ano, os dois estiveram em um restaurante de comida italiana no Leme e depois foram embora no carro dirigido por Chico.
"Somos apenas amigos. Saímos algumas vezes para jantar", costumava dizer ela na época.
A cantora conta ter começado a gostar da obra do artista quando entrou para o Conservatório de Música. Há quatro anos, ela gravou seu primeiro disco, homônimo, em que incluiu no repertório as canções
Hino de Duran e
Lua Cheia, ambas composições de Chico. A parceria entre os dois foi reforçada no novo CD de Thaís. Foi ele que escreveu a letra de
Se Eu Soubesse e divide com ela a interpretação dos sugestivos versos
"Ah, se eu soubesse não andava na rua/Perigos não corria/Não tinha amigos, não bebia/Já não ria à toa/ Não enfim, cruzar contigo jamais/ Ah, se eu pudesse te diria na boa/ Não sou mais uma das tais/Não ando com a cabeça na lua./Nem cantarei 'eu te amo demais',/Casava com outro se fosse capaz/Mas acontece que eu saí por aí/E aí, larari larari larari larara". Encantada, Thaís explicou a parceria.
"A música é só dele, mas a gente fez o arranjo no estúdio. Quando coloquei a voz guia nela, pensei em chamá-lo para participar comigo. Parecia que, realmente, ele precisava estar ali, naquela letra, naquela coisa toda que ele criou, que é a cara do disco", ressalta.
A artista explicou que desde o CD de estreia recebeu fortes influências de pessoas que admira, o que acabou se refletindo no trabalho recém-lançado.
"Meu primeiro álbum, fiz sem muita pretensão e todos os compositores que gravei me ligaram ou me escreveram, o que me surpreendeu. Além das duas músicas do Chico, tinha Zeca Baleiro, Toquinho, Tom Zé, Jards Macalé, Otto, Nelson Sargento... Comecei a conhecer pessoas que me emocionam profundamente. O Tom Zé escreveu um e-mail lindo e, a partir daí, a gente passou a se falar. O Chico, também. Então, mudou muita coisa para mim. Por isso, demorei tanto do primeiro para o segundo disco, até porque eram pessoas tão enriquecedoras que a minha forma de escrever se transformou completamente por ter convivido com elas", analisa a curitibana, considerada um dos novos talentos da MPB.
Thaís se interessou pelas artes ao participar de oficinas de interpretação com o diretor
Gerald Thomas (56). Entretanto, formouse em Administração de Empresas pela PUC do Paraná antes de seguir de vez a carreira musical. Foi ela que escreveu cinco das 13 faixas de
ôÔÔôôÔôÔ, inclusive a primeira, um samba que dá nome ao projeto.
"Conta a história de uma mulher que destrói o desfile da sua escola, bota fogo nos carros, amarra as mulatas com as cordas dos bandolins, atravessa o samba, detona tudo para se vingar de um homem. Letra e música são minhas", orgulha-se ela que, por não ser carioca, imprime um frescor ao ritmo. Segundo a cantora, a música foi criada no dia em que saía para desfilar, no ano passado, pela Mangueira, escola de coração de Chico.
"Meus amigos diziam que não decoraria o samba, que era distraída. Fiquei chateada. Quando o táxi chegou para me levar ao sambódromo, parei no quarto, peguei o violão e a canção veio, inteira, com melodia e tudo mais. Queria tanto me vingar dessas pessoas, que acabei compondo esse antissamba", brinca ela, que assina também
Horas Cariocas,
Quantas Bocas, em parceria com
Ana Carolina (36) e
Kassin (36),
The Glory Hole, também com Kassin e
Alê Siqueira (38), e
Frevinho, com
Moreno Veloso (38). No CD, há ainda
Revendo Amigos, de
Jards Macalé (68) e
Waly Salomão (1943-1973), e
Ali Sim, Alice, de
Tom Zé (73), entre outras. Thaís conta que sua inspiração para esse trabalho foi a Cidade Maravilhosa.
"Estava sentindo um amor profundo pelo Rio e fiquei dois anos escrevendo, fazendo o disco. Foi uma busca muito interna", explica ela, que já estreou a turnê divulgando o álbum em sua cidade natal e fará ainda shows no Rio, São Paulo e Salvador.