Técnica brasileira permite tratar o melanoma ocular e manter a visão

Redação Publicado em 26/03/2013, às 11h34 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

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Chama-se melanoma um câncer maligno que ocorre nos melanócitos, células produtoras de melanina, pigmento marrom-escuro ou preto presente na pele, em áreas do cérebro e em tecidos do olho, como a coroide, camada que se situa entre a esclera e a retina. As funções da coroide, que tem muitos vasos sanguíneos, são: irrigar, oxigenar e nutrir o olho; e absorver a luz que chega à retina, evitando sua reflexão.

O melanoma de coroide pode se manifestar em pessoas de qualquer idade, mas é mais comum após os 70 anos — segundo a literatura médica, em indivíduos de pele, olhos e cabelos claros. O que se vê no Brasil, contudo, é que é comum em pardos e ocorre até em negros. Felizmente é raro — estima-se que ocorram cinco casos em cada grupo de 1 milhão de pessoas anualmente — e sempre se manifesta apenas de um lado.

Ainda não se sabe o que o causa. Também não tem traços familiares, ou seja, o risco de desenvolver a doença é igual para todos.

Os sintomas variam de acordo com sua localização. Se aparece no centro visual, na área da mácula, por exemplo, os sintomas podem ser perda gradual da visão, flashs de luzes, embaçamento e visão distorcida. Mas, como o tumor é mais comum fora do centro da visão, muitas vezes o portador nem tem sintomas. Assim, o diagnóstico acaba sendo um achado de exame com a dilatação da pupila. Nesses casos, às vezes o tumor já está grande, tornando o tratamento mais difícil.

As consequências são perda gradativa da visão. O grande problema deste rumor, porém, é que, quanto mais cresce, maior o risco de metástase. Em 80% dos casos vai de início para o fígado, mas pode chegar também aos pulmões e ao cérebro. Quando ocorre mestástase, o paciente vai a óbito em seis meses, porque ainda não existe tratamento. 

O ideal é descobrir o melanoma no início. Pode-se fazê-lo consultando um oftalmologista pelo menos uma vez por ano e dilatando a pupila, o que permite examinar o interior do olho. Isso é fundamental a partir dos 40 anos.

O tratamento do melanoma é feito com braquiterapia, isto é, a colocação de uma placa radiativa sobre o tumor em média por três dias, ou a retirada do olho. A braquiterapia é usada para tratar tumores de até 8 milímetros de espessura e é feita somente na capital paulista. Pelo SUS, pode ser realizada só no Hospital São Paulo, da Unifesp, e na rede privada custa até 40000 reais. Infelizmente, também ela pode levar à cegueira — não instantaneamente, mas em dois anos —, porque às vezes danifica partes importantes do olho, como o nervo óptico e a mácula.

A última novidade no tratamento do melanoma de coroide, finalmente, veio também da capital paulista. Trata-se da endorressecção, técnica cirúrgica criada na Unifesp que está sendo realizada apenas no Hospital São Paulo. Hoje, é o único centro nas Américas que se utiliza dela. Técnicas parecidas começam a ser usadas na Inglaterra e no Irã. A endorressecção permite a extração do tumor sem retirar o olho e sem os danos oculares causados pela braquiterapia. Além disso, preserva a visão e tem cobertura dos convênios médicos. No entanto, como eu já disse, nas situações em que já houve metástase, nem mesmo esta técnica pode livrar o paciente do óbito.

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