A atriz Suzana Pires (33) define a viagem para São Miguel do Araguaia, em Goiás, onde grava a próxima novela global das 6, Araguaia, com estreia em 27 de setembro, como uma experiência revigorante. Nem mesmo a rotina pesada, de acordar todos os dias às 4h da manhã e terminar o trabalho com o poente do sol, foi capaz de deixá-la de mau humor. Ao contrário. Suzana diz ter lavado a alma durante as cenas no rio que dá o título à trama. "Acredito que aquelas águas têm seus poderes sobrenaturais, envolvem um mistério. Me senti mais viva ao mergulhar", conta ela, que faz a viúva Janaína no folhetim de Walther Negrão (69). A atriz, que tem o otimismo como principal receita de vida, usa a ficção para fazer graça. Ao falar sobre o fim do namoro de nove meses com Marcos Pasquim (40), após ver em junho fotos na internet do ator com outra mulher, prefere driblar a mágoa. "Comigo está tudo certo. De luto, só a Janaína", brinca ela, citando a personagem.
- Ainda assim, você chegou a ficar mal ao saber da traição?
Suzana - Nossa, claro. Não foi um fim de relação muito bacana. Prefiro ser honesta com os meus sentimentos. Me permito sofrer. A melhor forma de superar momentos como esse é vivendo a dor. E não querer passar por cima dela. Mas não faz meu tipo arrastar mágoa. Logo encontro uma mola, que geralmente é o humor, e supero.
- Consegue fazer das 'tragédias' um motivo de riso...
Suzana - O fundamental é saber se 'zoar.' Se consigo fazer uma piada de mim mesma, percebo que estou ficando bem novamente. Na época, quando perguntaram sobre o fato, respondi 'todo mundo tem seu momento Sandra Bullock. Só falta agora o Oscar e uma criança'. Ao brincar com isso, citando uma situação parecida vivida pela atriz americana, consegui me enxergar e rir de tudo novamente. Notei assim que o episódio era página virada. E já é mesmo. Estou totalmente em outro capítulo.
- Até mesmo no amor?
Suzana - Ah, não! Estou solteira e vem sendo divertido. Eu vinha emendando um namoro no outro. Gosto de amar. Sou super dessa praia. Mas está ótimo ficar sozinha. Estou curtindo minha casa, saindo com as amigas e fazendo trabalhos ótimos. Não deixei de acreditar na paixão nem na fidelidade.
- Como foram as gravações?
Suzana - O contanto com a natureza é divino. Janaína é tão íntima daquele lugar, que tentei ser também. Ela é brejeira, da terra e bem brasileira. Para fazê-la, busquei inspiração em Sonia Braga.
- Você é bem mulher brasileira também, não acha?
Suzana - Sou. Mas da cidade, tenho outro ritmo. Percebi com a Janaína que a beleza e a sensualidade podem estar na simplicidade. Com isso, acabei me reencantando com alguns atributos meus.
- Como quais, por exemplo?
Suzana - O ritmo do corpo, tom de pele, curvas acentuadas... Somos malemolência pura.