A superação da atriz Vera Fischer

A atriz Vera Fischer (59) conseguiu superar mais um round em sua dramática luta contra a dependência química. Após 63 dias de internação, semana passada ela deixou o Núcleo Integrado de Psiquiatria, na Barra da Tijuca, Rio. Com as raízes dos cabelos grisalhas e acompanhada da primogênita, Rafaela Fischer (32), retornou para seu apartamento, no bairro do Leblon, cheia de projetos de trabalho. “Ela está bastante animada e se mostra feliz. Era para ter deixado a clínica após o primeiro mês, mas achou melhor continuar lá, porque o tratamento estava fazendo bem. Agora, quer voltar a atuar. O primeiro passo é captar recursos para o espetáculo As Lágrimas Amargas de Petra Von Kant. Pretende começar a ensaiar a peça no início do próximo ano”, assegurou Liège Monteiro (56), sua assessora e amiga. Vera, que está afastada das novelas desde uma participação em dois capítulos de Insensato Coração, em abril deste ano, também estaria cotada para integrar o elenco do próximo folhetim de Glória Perez (64) na TV Globo, emissora da qual é contratada. Ela já trabalhou com a autora nas tramas O Clone (2001) e Caminho das Índias (2009), além da minissérie Amazônia — de Galvez a Chico Mendes (2007).

Um dia após ter recebido alta, Vera caminhou pelas ruas de Ipanema com seu caçula, Gabriel (18), herdeiro da relação com o ator Felipe Camargo (51). Os filhos, aliás, têm sido os principais alicerces emocionais da atriz. Durante o período de tratamento, ambos a visitaram diversas vezes. Rafaela, fruto da união com o primeiro marido, Perry Salles (1939-2009), voltou até a morar com a mãe. “O dia em que me senti mais completa na vida foi no nascimento de cada um de meus filhos”, costuma declarar Vera. A primogênita, inclusive, estava com ela quando a Miss Brasil 1969, que completa 60 anos de idade no próximo dia 27 de novembro, mostrou que os meses de internação não fizeram deixar a vaidade de lado. As duas foram juntinhas a um salão de beleza no Hotel Marina, também no Leblon, de onde a estrela saiu radiante com o seu antigo look — os cabelos totalmente louros. Em casa, a atriz, agora, continua com a mesma terapia a que vinha se submetendo na clínica de reabilitação. “A parte mais difícil neste tipo de tratamento é você admitir que realmente está doente, que tem um problema. Não adianta alguém impor algo, obrigar a nos tratarmos. Nós é que precisamos ter esse tipo de atitude”, já havia afirmado, ao analisar a sua luta para manter-se bem. As pessoas mais próximas a Vera apostam na sua total recuperação. Segundo elas, esta última recaída teria sido motivada também pela morte de Perry Salles, vítima de câncer de pulmão. Nessa época, a estrela teria começado a ficar cada vez mais reclusa, raramente era vista em algum evento. O ator foi o grande companheiro e amigo de Vera, com quem ela sempre pôde contar mesmo após a separação, em 1987. Durante o conturbado relacionamento dela com Felipe Camargo, que começou nas gravações da novela Mandala, Perry era o principal interlocutor da ex-mulher. Em 1995, em meio a muitas brigas com Felipe, ela até se afastou da novela Pátria Minha e foi internada em uma clínica. “A gente se amava muito, mas brigava muito também. Tinha a droga no meio. Foi o sofrimento de chegar ao fundo do poço. Mas acho que temos que passar por essas coisas todas na vida para poder descobrir que somos felizes... Como somos ignorantes quando sentimos ciúme! Se naquela época, eu soubesse como o ciúme é uma coisa tão idiota, nós não teríamos discutido nem nos exaltado tanto, nada disso teria acontecido”, chegou a declarar a estrela, que, antes de julho deste ano, havia sido internada pela última vez em 1997.

Durante o mais recente capítulo de sua batalha contra a dependência química, Vera teria escrito o livro A Volta Por Cima, no qual ela relataria toda a sua experiência para buscar a reabilitação. A previsão de lançamento da obra seria em 2012, mas não há confirmação. A estrela já tem dois trabalhos autobiográficos publicados: Vera – A Pequena Moisi (2007) e Um Leão Por Dia (2009).