Em vinícola portuguesa, artista plástica desvenda os segredos de produção da bebida
Apreciadora da arte de produzir um bom vinho, a artista plástica
Sônia Menna Barreto (53) visitou a vinícola Quinta da Bacalhôa, em Azeitão, Portugal, antiga propriedade da Casa Real Portuguesa considerada uma das mais belas construções do país.
"É como se fosse um pequeno palácio, tem a parte dos lagos, das vinhas... É um lugar maravilhoso e você acaba aprendendo todo o processo de produção", relata a renomada pintora paulistana.
"A arte, que é o que eu faço, e o vinho, que não deixa de ser uma arte e algo sofisticado e elaborado, têm uma ligação forte. O que mais me encantou foi justamente essa junção", emenda ela, recebida por
Jorge Paiva Raposo, presidente da Comissão Executiva da quinta,
Roberto Vilela, proprietário da importadora Portus Cale, e
Joe Berardo (66), dono do local, classificado em 1996 pelo Instituto de Gestão do Patrimônio Arquitetônico e Arqueológico, Igespar, como Monumento Nacional.
"Fui convidada para criar o rótulo de um novo vinho da Bacalhôa. O lema do Berardo - arte, paixão e vinho - tem tudo a ver; ele é uma pessoa apaixonada pelo que faz", fala Sônia, sobre o anfitrião, tido como o maior colecionador português de arte contemporânea.
O passeio, que incluiu, além da área agrícola, ida ao Palácio da Bacalhôa, serviu de inspiração para Sônia.
"A quinta, onde os vinhos são produzidos e armazenados, é uma casa que remonta à época do descobrimento do Brasil. Já o palácio é onde eles recebem os convidados. Tivemos lá um almoço maravilhoso, o local respira história e arte", conta ela.
"Foi uma experiência de vida. O interessante de toda essa viagem é que acabei me envolvendo com a cultura portuguesa, que é o nosso passado. Quero retratar esse país incrível nas minhas obras", comenta.
Em sua primeira viagem a Portugal, a artista plástica ainda contou que a paixão pela tradicional bebida foi herdada de sua família.
"Tenho ascendência portuguesa. Do lado do meu pai, só ele é brasileiro; o resto é português. E minha outra 'metade' é italiana. Então, não teria como eu não gostar de um bom vinho. Sempre fez parte da minha vida", revela a pintora.
"Gosto de branco, tinto, verde, do Porto. É difícil escolher um favorito", diverte-se.