Celebrou-se recentemente o Dia Mundial da Hipertensão. A doença estará em evidência também em setembro, quando a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) promove a Semana Nacional do Coração. Hipertensão arterial é o aumento anormal da pressão exercida nas paredes das artérias e arteríolas pelo sangue circulante.
A pressão ideal é de até 130 por 80 mmHg. Caracteriza-se a hipertensão quando uma pessoa apresenta pressão arterial acima de 140 por 90 mmHg. A doença ocorre em homens e mulheres de todas as etnias. Pode se manifestar em qualquer faixa etária, mas sua prevalência aumenta com a idade, sendo mais comum a partir dos 30 a 35 anos. As estatísticas indicam que mais de 30% da população com mais de 50 anos de idade é hipertensa.
Há dois tipos de hipertensão: a essencial ou primária e a secundária. A primária é poligênica, de herança familiar, ou seja, o indivíduo já nasce predisposto a ela. Se os pais são hipertensos, é grande o risco de os filhos a desenvolverem. Favorecem sua manifestação ou agravamento fatores ambientais como consumo excessivo de sal, estresse, obesidade, sedentarismo, tabagismo e ingestão excessiva de bebidas alcoólicas. Cerca de 90% dos hipertensos estão incluídos nessa classe.
Já a secundária, que constitui cerca de 10% dos casos, tem como principais causas doenças nos rins, como nefrite, cálculo e obstrução da artérial renal; doenças da glândula tireoide, tanto hiper como hipotireoidismo; doenças das glândulas suprarrenal e hipófise; e moléstias do aparelho circulatório, como a coarctação da aorta, cardiopatia congênita que se caracteriza pelo estreitamento da aorta torácica.
A grande dificuldade na adesão do paciente ao tratamento é que, na fase inicial, a doença tem poucos ou nenhum sintoma. Eles surgem quando já lesou órgãos vitais, como coração, cérebro e rins. Os sintomas são: dor de cabeça (em geral na nuca), formigamento nas extremidades, tontura, cansaço, dor no peito, palpitações, zumbidos e até alterações visuais.
Quando não tratada convenientemente, a moléstia pode causar o que é conhecido como lesões de órgãos-alvo. No coração, causa hipertrofia, dilatação e insuficência cardíaca, além de insuficiência das coronárias, porque aumenta a incidência da aterosclerose, manifestada por angina, infarto do miocárdio e mesmo morte súbita. Nos rins, leva à insuficiência renal; no cérebro, pode provocar o acidente vascular cerebral.
O ideal é prevenir-se. Quem tem histórico da doença na família deve reduzir o consumo de sal, praticar atividades físicas regularmente, não fumar nem consumir bebidas alcoólicas em demasia, controlar o estresse, manter o peso adequado e adotar uma alimentação saudável. Também é importante medir a pressão arterial pelo menos três vezes por ano desde a juventude e consultar o médico na periodicidade que ele indicar, realizando check-up anualmente. Isso vale também para as pessoas que têm sintomas.
O diagnóstico precoce e o tratamento correto da doença são fundamentais para se evitar que danifique os órgãos vitais. Nos casos de hipertensão secundária, basta tratar a causa que é revertida. A primária, porém, ainda não é curável. Quando o portador não consegue mudar os hábitos de vida, a única forma eficaz de tratamento é o uso de remédios.