Ao lado da amada, estilista mineiro busca inspiração na cultura e paisagem privilegiadas do nordeste
A aura poética que pontua todo o imaginário fashion de Ronaldo Fraga (43) também permeia a sua vida. Durante estada no Nannai Beach Resort, em Ipojuca, litoral pernambucano, ele curtiu a amada, Ivana Fraga (41) - com quem é casado há dez anos e tem Ludovico (8) e Graciliano (6) -, e deu vazão à perene busca por inspiração. "As minhas viagens não ficam só no lazer. Aqui, saí pelas ruas e cliquei montinhos de confete que vi no chão. Comecei a pensar em estampas", diz ele, fã da cultura nordestina e destaque do line up de estilistas que exibem coleções nas duas edições anuais do São Paulo Fashion Week, a semana de moda paulistana.
Formado em moda em Minas, com especializações nos Estado Unidos e na Europa, Ronaldo lançou sua marca em 1996, sempre com um 'perfume' brasileiro. "Foi do exterior que observei o Brasil de outros ângulos. Como dizia o educador Darcy Ribeiro, 'para entender o Brasil é preciso olhá-lo com olhos de poeta'. Tento entendê-lo por meio do meu ofício", ensina.
- Como vocês mantêm o romance após dez anos de união?
- A primeira coisa é que trabalhamos juntos. O grande segredo dessa história é que temos interesses em comum, gostamos das mesmas coisas. Adoramos viajar, amamos a cultura e a música brasileiras... Para manter o romance, é preciso companheirismo e muito humor. A gente procura nunca perder de vista o bom humor.
- Como é a atuação profissional da Ivana ao seu lado?
- Ela é o 'business'. Ela faz tudo na grife, coordena a fábrica, a confecção e a loja. Sempre que eu viajo, é ela quem toma conta de tudo. É a minha grande parceira.
- A cantora Maria Bethânia diz que você é o mais brasileiro dos estilistas brasileiros. Como pensa as suas coleções?
- Bethânia é que é a maior artista do Brasil! Morar aqui é um privilégio. Há muita cultura, tudo vira inspiração. Toda a mistura do que é o Brasil está aqui, do artesanato à culinária, passando pela literatura. Amo o Nordeste.
- Vocês curtiram a viagem?
- Não somos o 'casal resort', mas nos surpreendemos aqui. Não há a 'cara de clube', preservam o local e a natureza. Gostamos de lugares simples, de preferência sem asfalto. O melhor lugar do mundo é onde o asfalto não chegou.