Quem tem pedra no rim deve tratar também de seus erros metabólicos

Redação Publicado em 04/09/2012, às 10h49 - Atualizado em 29/09/2012, às 21h44

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A doença “pedra nos rins”, ou nefrolitíase, ou cálculos renais, é bem comum. Estima-se que ocorra em 5% a 12% da população. É duas vezes mais frequente nos homens e incide mais dos 20 aos 45 anos. Em geral as pessoas descobrem que têm cálculos renais ao fazer check-up ou pela manifestação do sintoma mais comum, a cólica renal, dor intensa na região lombar ou no abdome. Outros sintomas são: infecções urinárias de repetição e presença de sangue na urina.

Em 60% dos casos, os cálculos renais são uma doença hereditária. Favorecem sua formação fatores externos e internos. Entre os externos estão: calor ambiental constante e/ou excessivo, que faz as pessoas suarem muito e perderem fluidos, deixando sua urina concentrada e favorecendo a formação de cálculos; alimentação rica em cálcio e outros minerais; baixa ingestão de líquidos; e consumo de água “pesada”, isto é, com excesso de minerais. Já os fatores internos são erros inatos do metabolismo, dos quais os principais são: 1) absorção excessiva de cálcio dos alimentos pelos intestinos; 2) células renais que não seguram o cálcio no sangue, sendo expelido em grande quantidade na urina; 3) baixo nível de citrato na urina, substância que inibe a formação de cálculos; 4) níveis elevados de ácido úrico no sangue ou na urina; e 5) tumores benignos na glândula para-tireoide, que levam à produção excessiva do paratormônio (PTH). Ele atrapalha a fixação do cálcio nos ossos, o mineral excessivo no sangue é filtrado pelos dois rins e lançado na urina, que se torna saturada.

O ideal é prevenir-se, claro. A nefrolitíase raramente leva à perda do rim, mas nas crises às vezes a dor é insuportável. Você pode evitar a formação e/ou o crescimento das pedras com algumas medidas. Tome 2 litros de líquidos diariamente, até mais nos dias quentes. Se já teve a doença, você apresenta 50% de risco de tê-la de novo. Então, consulte um nefrologista, faça o diagnóstico de erros do metabolismo com exames de sangue e de urina e se trate.

Pessoas com sintomas de cálculos renais devem consultar um urologista. O diagnóstico é clínico. Confirma-se a doença com exames como raios X, ou ultrassonografia do abdome, ou tomografia computadorizada.

O tipo de tratamento vai depender do tamanho do cálculo, de sua densidade, da localização e do estado clínico do paciente. No caso de cálculos pequenos, o médico pode indicar remédios que relaxam o ureter e permitem que o paciente os expulse.

Nas situações em que o cálculo tenha tamanho médio, ou sua localização não favoreça a expulsão natural e haja indicação de cirurgia, pode-se usar as vias naturais de acesso do paciente para introduzir um equipamento para “quebrá-lo” com laser e retirar os fragmentos, ou fazer litotripsia extracorpórea por ondas de choque. Consiste em fragmentar as pedras com ondas eletromagnéticas. 

No caso de cálculos grandes, enfim, pode-se recorrer à cirurgia percutânea. Faz-se furo de 1 cm na altura do rim, pelo qual se introduz um aparelho endoscópico específico para “quebrar” a pedra e tirar os fragmentos. É uma cirurgia minimamente invasiva, pois, com pequenas incisões, se retiram cálculos de até 5 cm. Como você vê, houve avanços tecnológicos no tratamento, mas é importante descobrir as causas da formação da nefrolitíase e tratar. Só assim você diminui o risco de recidivas.

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