Mania que os criadores (ou pseudocriadores) têm de contar historinhas quase sempre piegas para explicar suas ultimíssimas coleções. No Brasil, então, a tal mania atinge as raias do patético, até porque deve dar um trabalhão inventar uma novelinha paralela, quase sempre para "justificar" as benditas imagens que - aiaiai - a gente já viu nas coleções européias... Enfim, é assim. E nem o mágico
McQueen escapa à regra. Ouça só:
"Tenho uma árvore de olmo de 600 anos no meu jardim. Daí inventei a história de uma garota que morava na minha árvore e saiu da escuridão para encontrar um príncipe. Virou rainha!!" Precisa de tanto blablablá?? Anyway, o inverno 2008/09 de McQueen é show.
"Ele conduz cada corte, cada detalhe e cada estilo com a precisão de uma campanha militar", como bem diz o The New York Times. É verdade: "linha dura" é o seu forte, ainda que - juro - ele seja capaz de grandes romances... Um shape 50, sob tratamento alta-costura, flutua docemente. Black. Vestidos-bailarinas, corpo corselê, cavas-coroas de babadinhos minúsculos, saiascrinolinas recheadas de tule. Momento maior: um vestido de renda de mohair, em plena "geada". Os "flocos" na verdade eram pérolas!! Pena, pena mesmo que não tenho mais páginas para mostrar tudo para você. Mas, como "editar é renunciar", lá vou eu para a corte vitoriana (e aprendo - de quebra - que a rainha
Vitória foi imperatriz da Índia!!!). Dispenso as capas de aparato (ou disparate??), mas quero o "look militar", lindão, todo engalonado, do duque de
Wellington. E (sou gulosa...) quero "todostodos" aqueles longos império, aqueles sáris dourados, aqueles... O que mais?? Essas jóias ma-ra-vi-lho-sas, sem falar nas minipantufas bordadas, como as dos marajás (um luxo, quando você recebe amigos em casa). Eu sei, é teatral, imperial (fora do normal??), mas... "navegar é preciso". Então, venha comigo mar adentro (e com McQueen, é claro), até... as terras do nem sei lá. Huuuum!