Na mansão do bilionário inglês sir Richard Branson, na exclusiva Neckar Island, a chef brinda à vida. Numa das salas decoradas com objetos vindos de Bali, pausa para descanso. Os diversos pratos que saem da cozinha da premiada chef
Carla Pernambuco (49) costumam ser considerados irretocáveis. Se o sucesso tem receita, a desta gaúcha que vive em São Paulo com o fotógrafo
Nando Buco (51), mas há muito é cidadã do mundo, engloba criatividade, paixão pelo ofício, viagens para pesquisas gastronômicas e altas doses de talento e determinação. Em fase de plenitude pessoal e profissional, a mãe de
Floriana (26),
Felipe (18) e
Julia (13) e dona dos restaurantes Carlota - em São Paulo e no Rio - e Studio 768- este apenas na capital paulista - curte o reconhecimento do público e da crítica.
"Estou feliz", resume, olhar radiante sobre a água turquesa e esmeralda do Mar do Caribe. Carla, do bemsucedido trio de experts da coleção Utensílios do Chef e Seus Convidados de CARAS, é a única brasileira convidada a participar do Winemakers Dinners 2009, evento que reúne produtores de vinhos e chefs internacionais nas Ilhas Virgens Britânicas. No cenário deslumbrante e exclusivo de Neckar Island, a ilha particular do bilionário britânico s
ir Richard Branson (59), onde se realizou um dos quatro jantares e sete almoços de assentos a 5000 dólares cada um, com renda voltada para obras sociais, Carla recebeu CARAS.
- O que mais a atraiu a este evento nas Ilhas Virgens?
- Me interesso muito pela comida caribenha, por essa mistura de colonizadores africanos e ingleses. O apelo do mar é muito forte e aqui conseguimos lagostas hiperfrescas, coisa que nem existe mais no Brasil. E é sempre bom trocar experiências com chefs de outros países, num lugar paradisíaco.
- Entre os pratos preparados especialmente para o Winemakers Dinners você destaca algum?
- Gosto muito do cordeiro com queijo emmenthal. E também do camarão com palmito e cumbuquinha de massa folhada.
- Seu prazer pela gastronomia vem da infância. Qual foi sua primeira obra ao fogão?
- Foi um bolo. Eu ficava sempre observando minha avó, que era uma cozinheira de primeira.
- Quais as qualidades necessárias a um bom chef?
- Habilidade, determinação e obstinação para fazer bem-feito. Eu tenho prazer em aprender, em provar. Está na moda ser chef, mas a profissão engloba sacrifícios, não é só glamour. É preciso se dedicar, querer muito, se não houver esse empenho a pessoa desiste. Eu, por exemplo, estou numa fase tão intensa de trabalho que não tenho tempo nem para fazer ginástica.
- Dos três filhos, algum pensa em seguir sua profissão?
- A mais velha, Floriana, é artista plástica. É ela quem faz as capas dos menus dos restaurantes. Julia adora fotografar. Já o Felipe quer mesmo é saber de cinema.
- Como você se relaciona com seus herdeiros?
- Somos muito próximos. Adoro ser mãe, por mim teria tido mais filhos. Sou do tipo mãezona.
- Em novembro você faz 50 anos, idade de crise para muitas mulheres. Como lida com isso?
- Não encano com nada. Sou muito bem resolvida e estou realizada na profissão. Em resumo: estou muito feliz.