Para conviver com pessoas "frias", é necessário sabedoria e tolerância

Paulo Sternick Publicado em 21/11/2007, às 15h30 - Atualizado em 13/11/2012, às 13h23

Paulo Sternick -
Conviver com pessoas que não demonstram afeto e carinho pode se converter em experiência frustrante para quem espera as naturais e espontâneas expressões da calorosa intimidade do casal. Frios ou inibidos, secos ou distantes, narcisistas ou introvertidos - enfim, são vários os tipos psicológicos e múltiplas as razões que se escondem por trás de suas atitudes. Com freqüência, ele ou ela podem ser atraentes, inteligentes e carismáticos; às vezes, chegam a ser fascinantes e até dotados de misteriosa magia diante dos ingênuos e atônitos olhares de seus parceiros. Quanto mais qualidades têm, maior parece o tamanho e o efeito de sua frieza e distanciamento emocional, mais comuns a decepção e o sentimento de solidão que provocam no outro. É verdade que a aridez afetiva por vezes é compensada por outras qualidades. Algumas pessoas mais secas, por exemplo, conseguem se soltar na hora do sexo e até satisfazem o par. Logo depois retornam ao seu enigmático fechamento, ou às suas ocupações egoístas, deixando o outro a ver navios. Mas não é preciso muita sofisticação para sentir que nenhuma cama, por si só, garante um casal por muito tempo sem outros ingredientes. Acontece que a personalidade humana é diversa e complexa, permitindo a posse de atributos e qualidades, e carência de outras. Ele ou ela podem ser ótimos na cama, brilhantes no papo, mas, ainda assim, têm algo que não rola na afetividade, deixando um sentimento de insatisfação no ar. É claro que não é possível encontrar alguém e afirmar "bingo!" Sempre falta alguma coisa no outro. Se não falta, é porque quem não vê a falta está sonhando e alucinando seu par. Tudo bem que no início de uma paixão possa se sentir uma espécie de completude, mas com o tempo... Porém, até para suportar a inevitável falta deve haver um limite. O fato é que a frieza dele ou dela levanta angústias no par e testa sua capacidade de entender a relação sem misturar os próprios fantasmas. Tal como não se achar atraente ou bacana o suficiente para tirar o outro de sua toca e dar um pouco de si. Ou até confundi-lo com relações passadas, quando a mãe ou o pai não lhe davam atenção ou eram pessoas distantes - não por causa de serem introvertidas ou ocupadas, mas porque, na imaginação da criança, ela não teria qualidades para despertar amor. Vejam que o foco pode se deslocar da pessoa fria para o par que sofre por causa disso. Vitimar-se é uma das conseqüências quando alguém carente se junta com um par que parece insensível. Utilizo "parece" porque muitas vezes o sujeito não demonstra, mas o afeto surge embutido no cuidado que tem com o par, na atenção a certos detalhes, na lealdade e na correção de atitudes. Digo isso porque, de forma inversa, muitos se iludem com demonstrações entusiásticas de "afeto". É importante lembrar que, levada ao limite extremo do espectro político, a emoção é um dos instrumentos de manipulação das massas, por abater o discernimento do indivíduo e sua capacidade de pensar com clareza. Quantas pessoas não são enganadas por demonstrações falsas de afeto e dedicação que juravam "autênticas", mas, uma vez caindo a máscara, revelaram ser uma adulação para fins suspeitos ou ilícitos? Ou até para ocultar um desamor? São só exemplos que ocorrem entre o frio e o quente, e o que cada uma destas temperaturas amorosas, embora nada disso seja regra, esconde de seu sentimento contrário.
Arquivo

Leia também

Marido de Isadora Ribeiro morre após sofrer infarto no Rio de Janeiro

Drake tem cartão de crédito recusado durante live: ‘Vergonhoso’

BBB 23: Key Alves diz que nunca leu um livro na vida: "ficava nervosa"

Matheus Yurley tem casa roubada e ameaça: "Não vai passar batido"

Priscilla Alcantara abre álbum de fotos e arranca elogios: ‘Sempre mais legal’

Diretor de 'Travessia' comenta críticas sobre performance de Jade Picon: "normal"