Os irmãos Humberto e Fernando Campana brilham no velho mundo

Humberto e Fernando Campana são destaque em exposição de museu de arquitetura em Roma

Redação Publicado em 27/12/2011, às 13h57 - Atualizado em 08/08/2019, às 15h43

Humberto e o caçula, Fernando, diante de sua majestosa Maloca, obra integrante da mostra no Maxxi, na capital italiana. - Victor Sokolowicz

Irmãos designers e célebres mundialmente, os paulistas Fernando (50) e Humberto Campana (58) conseguiram, mais uma vez, materializar o sucesso em forma de arte. Para orgulho verde-amarelo, eles roubaram a cena na mostra Re-Cicle. Estratégias para Arquitetura, Cidade e Planeta, com curadoria do primeiro museu nacional de arquitetura na Itália, o Maxxi Architettura, integrado ao Maxxi, Museu Nacional de Artes do Século XXI, em Roma. A exibição, com mais de 80 trabalhos de diferentes artistas e realizada nas galerias do térreo e do primeiro andar, foi expandida para o espaço exterior com a gigantesca e impactante instalação Maloca, assinada pelos brasileiros. Em madeira e ráfia sintética, a obra, que está disposta na entrada do museu, remete aos índios da Amazônia e suas ocas. “O Brasil é um país rico, com culturas completamente diversas, a do negro, do índio, do caboclo, do asiático. Então, a grande riqueza é tentar traduzir tudo isso com elegância. Enxergar a cultura popular brasileira com um olhar sofisticado”, ressalta Humberto.

A exposição, que segue até o fim de abril de 2012, traz ainda o exótico divã-sofá Kaiman Jacaré, com inconfundível estilo dos Campana, artistas queridos dos famosos, conhecidos como mestres da reciclagem e pelo uso diversificado de materiais. “Hoje, reciclar, reaproveitar, é um assunto na moda, mas a gente já fazia isso há duas décadas. Uma coisa que poderia ser ruim, o fato de não termos dinheiro para investir em ferramentas, trabalhou a nosso favor. Porque a gente começou a fazer desvios, começou a olhar o que tinha em nosso redor e ver que esse era o caminho”, relembra Humberto, citando o início da sólida carreira que começou a construir com o irmão há 22 anos. “O design foi e sempre será parte da vida das pessoas, mas acho que agora elas estão mais ligadas à autoria das peças, quem as assinou. Eu defino como um bom design aquele que toca o coração, seja pela funcionalidade, pelo preço ou pela poesia. Enfim, aquele que entra ao máximo na alma”, finaliza Fernando.

Arquivo Humberto Campana

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