Animais peçonhentos são os que têm presas, ferrões ou espinhos com os quais injetam seu veneno nos humanos. Cobras, escorpiões, aranhas e taturanas são os que mais causam tais acidentes, mais comuns nos meses quentes. Eles sempre ocorreram, mas nas últimas décadas o número vem aumentando. Talvez seja porque a população cresceu muito e se erguem cada vez mais casas nas áreas de risco. Mas também pode ser que, com a evolução tecnológica, se notifiquem melhor as ocorrências.
Todos os casos de acidentes com animais peçonhentos devem ser relatados ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde. No ano passado foram notificados em todo o Brasil por volta de 50000 casos com escorpiões, 30000 com cobras e 25000 com aranhas.
Veja as consequências de tais acidentes, o que fazer quando ocorrem e como evitá-los.
l Cobras. Entre as mais venenosas, que podem até matar, estão: jararacas, cascavéis, surucucus e corais. Elas vivem sob montes de madeira e em tocas nas matas, plantações, pastos e litoral. Mas, como se alimentam de roedores, é comum encontrá-las também perto de paióis e tulhas. Cerca de 90% dos acidentes devem-se às jararacas, 8% às cascavéis, 1% a 2% às surucucus e 0,5% às corais. Picam sobretudo nas pernas e nas mãos. Cada tipo de veneno tem sua ação, por isso há um soro para cada um. Quando uma pessoa é picada, deve-se lavar o local com água e sabão e levá-la rapidamente a um hospital para tomar o soro. A maioria não sabe por qual cobra foi picada, mas o médico pode descobrir e diagnosticar a gravidade do caso pelos sintomas. O veneno da jararaca, por exemplo, pode matar por choque ou hemorragia.
l Escorpiões. Os mais perigosos são os marrons e os amarelos, que hoje estão bem adaptados às cidades. Em geral picam nas mãos e nos pés. O veneno age nas terminações nervosas da área picada e a pessoa sente muita dor. Pode ocorrer também vermelhidão no local. O paciente tem de ser levado ao pronto-socorro. Anestésicos locais, analgésicos e a aplicação de calor na área combatem a dor. Parte dos pacientes pode ter ainda suor, vômitos, acúmulo de líquidos nos pulmões, arritmia cardíaca e choque, o que às vezes é fatal. Nesses casos, ficam internados e são tratados com soro.
l Aranhas. As mais perigosas são as armadeiras e as marrons. Os acidentes ocorrem mais nas cidades. Quando uma pessoa se aproxima da armadeira, ela se coloca em posição de defesa. Já as marrons fazem teia até dentro de casa. O veneno das armadeiras age como o dos escorpiões e o das aranhas marrons causa feridas na área picada e, em alguns casos, destruição das células do sangue e problemas renais. A pessoa picada tem de ser levada ao pronto-socorro para o controle dos sintomas e, se necessário, tomar o soro.
l Taturanas. Passam o veneno aos humanos pelos pelos, causando queimação e inflamação. Trata-se com analgésicos e bolsas geladas. Mas o veneno da espécie Lonomia pode interferir na coagulação do sangue, levar à hemorragia e matar. Hoje, felizmente, já há soro contra o veneno delas.
O ideal é evitar os acidentes. Por isso, só entre em mato com botas e calça comprida. Nunca ponha a mão em tocas nem embaixo de madeiras. Se você mora em regiões onde ocorrem acidentes, enfim, informe-se sobre onde pode ter socorro rápido. E, caso precise de outras informações, ligue para o Instituto Butantan: (011) 3726-7962 ou 2627-9529.
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