Novo dispositivo permite esterilizar a mulher sem fazer nenhum corte

por <b>Bárbara Murayama</b>* (CRM 112.527) Publicado em 22/09/2009, às 21h17 - Atualizado em 02/07/2010, às 13h32

Está em uso no Brasil desde fevereiro, após ter sido aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Ministério da Saúde, um dispositivo para bloquear as trompas e proporcionar à mulher esterilização definitiva sem que se precise fazer qualquer tipo de corte. A novidade, criada por uma empresa americana, vinha sendo usada na Europa desde 2001 e nos Estados Unidos desde 2002. O dispositivo constitui-se de uma espécie de "molinha" da espessura de um fio de cabelo, feita de aço inoxidável e revestida por uma capa de níquel-titânio. Tem cerca de 4 centímetros de comprimento. É posto nas trompas por histeroscopia, técnica endoscópica para visualização da cavidade uterina: introduz-se na vagina um histeroscópio, aparelho pelo qual entra um fio-guia (cateter) que conduz o dispositivo e o deposita na porção inicial das trompas. Então, os tecidos locais reagem à presença do corpo estranho e inflamam. Forma-se tecido cicatricial, que em três meses deve fechar a trompa, impedindo que o óvulo se encontre com os espermatozoides e tornando a mulher estéril. Até então, a esterilização feminina era feita só por laqueadura tubária, cirurgia pela qual se cortam e se amarram as pontas das tompas para impossibilitar o encontro do óvulo com os espermatozoides. Os cortes, em todas as técnicas cirúrgicas, em geral são pequenos, mas a laqueadura sempre é feita em hospital, porque, como qualquer outro tipo de cirurgia, apresenta riscos. Primeiro, pelo fato de a mulher tomar anestesia geral ou raquidiana; depois, porque se abre seu ventre e há o perigo de contaminação; e, finalmente, pelo fato de poder ocorrer hemorragia e até a perfuração de órgãos. A histeroscopia, ao contrário, quase não tem riscos. Mas o ideal é fazê-la em ambulatório, ou seja, um consultório dentro de hospital; assim, caso haja alguma emergência, tem-se à disposição a estrutura hospitalar. Em geral dispensa anestesia, mas, caso a paciente se sinta incomodada, pode-se usá-la localmente no colo do útero, por exemplo. Além disso, tem as vantagens de não durar mais do que 20 minutos e de não se precisar fazer nenhum corte, já que se usa os orifícios naturais da mulher. O procedimento é realizado depois da menstruação e a mulher deve se certificar, por meio de teste, de que não está grávida. A simples colocação do dispositivo nas trompas, entretanto, não garante a imediata esterilização. Afinal, como disse, o organismo leva três meses para reagir, inflamar, criar tecido cicatricial e obstruir as trompas. Desse modo, nesse período o casal deve se prevenir com outro método anticoncepcional, como a pílula ou mesmo o preservativo, por exemplo. Passados os três meses, a mulher volta ao médico e faz histerossalpingografia, exame radiológico do útero e das trompas. O teste revela se houve ou não o bloqueio total das trompas. Caso não tenha havido, ela ainda pode engravidar. Assim, precisa realizar o procedimento de novo ou adotar outro método anticoncepcional. A esterilização, neste caso, é definitiva e irreversível. Mas nem toda mulher pode esterilizar-se no Brasil. Pela legislação, só podem fazê-lo mulheres com 25 anos ou mais ou que já tenham pelo menos dois filhos vivos.
Arquivo

Leia também

Marido de Isadora Ribeiro morre após sofrer infarto no Rio de Janeiro

Drake tem cartão de crédito recusado durante live: ‘Vergonhoso’

BBB 23: Key Alves diz que nunca leu um livro na vida: "ficava nervosa"

Matheus Yurley tem casa roubada e ameaça: "Não vai passar batido"

Priscilla Alcantara abre álbum de fotos e arranca elogios: ‘Sempre mais legal’

Diretor de 'Travessia' comenta críticas sobre performance de Jade Picon: "normal"