O ator
Luiz Carlos Tourinho costumava dizer que a carreira de artista não é mágica, que só acontece se for construída.
"Tudo na vida tem que dar o start", acreditava ele, que morreu aos 43 anos, na segunda-feira, 21, vítima de aneurisma cerebral. O enterro, no cemitério Parque da Colina, em Niterói, RJ, levou às lágrimas amigos de profissão. Os atores
Luiz Miranda (37) e
Ingrid Guimarães (35) e o casal
Mauro Farias (49) e
Heloísa Périssé (41) assistiram, comovidos, à mãe do ator,
Edna Tourinho, depositar flores no caixão. Companheiros de Tourinho no elenco da novela
Desejo Proibido, na qual ele vivia o Nezinho,
Murilo Rosa (37),
Marcos Caruso (55),
Fernanda Vasconcellos (22) e
Paulo César Grande (49), acompanhado da mulher, a atriz
Cláudia Mauro (38), solidarizaram-se com a família.
"O que vai ficar para nós é a alegria que ele nos proporcionou. Foi uma pessoa que fez as outras se sentirem felizes", disse
Alexandre Borges (41), que, com a esposa,
Julia Lemmertz (44), pôs tulipas no túmulo. Adolescente calado nascido em Niterói, Tourinho procurou o teatro para vencer a timidez. A princípio, só queria se descobrir, e não se expor, segundo ele. Apoiado pela diretora
Maria Clara Machado (1921-2001), entrou para O Tablado, no qual começou sua formação de ator com aulas de mímica -
"Claro, não precisava falar", dizia ele. Pintou cenários, foi operador de som e luz e até bilheteiro. A estréia no palco ocorreu em 1982, em
O Embarque de Noé, de Maria Clara. Entrou na TV dois anos depois, atuando em um
Caso Verdade da Globo intitulado
A Principal Causa do Divórcio, e não parou. Participou de programas infantis, como
Xuxa no Mundo da Imaginação; nos humorísticos
Sai de Baixo e
Sob Nova Direção, e em novelas como
Kubanacan (2003) e
Suave Veneno (1999). Ao todo, acumulou oito filmes, entre eles
For All (1997); 20 peças infantis, incluindo
O Gato de Botas (1987), que lhe rendeu o Mambembe de Melhor Ator; e 21 peças adultas, ganhando o prêmio Qualidade Brasil de Melhor Ator de Teatro de Comédia, em 2002, por
Uma Dupla de Dois. Na manhã do dia 21, teve uma parada cardiorrespiratória em casa. Levado para o hospital, Tourinho não resistiu. Em 2004, já havia sofrido um acidente vascular cerebral (AVC), o que o deixou duas semanas hospitalizado.