Novos ares, novos drapes.
Para quem já estava acostumado com os modelos clássicos dignos de mulheres pra lá de sofisticadas e tradicionais, esta coleção foi um agradável choque. O clima ultramoderno se deve não ao fato de Valentino não estar à frente do estilo há algumas temporadas, mas sim ao movimento de muitas marcas para rejuvenescer seu público. Rejuvenescer, neste caso, é sinônimo de sensualidade. Os tecidos e as formas estão diretamente ligados aos incríveis drapes que tomam conta do desfile. Começando pelos vestidos curtos com decotes assimétricos e suaves transparências. Ainda nos minis, a sobreposição de tecidos leves misturando cores neutras - como o nude - com fortes tons fluorescentes anuncia que os red carpets mundo afora serão bem diferentes. O romantismo dá espaço à atmosfera cibernética. Outra novidade desta haute couture collection são as calças skinny com drapes mais espaçados, criando quase um efeito tridimensional. Para acompanhá-las, casacos com modelagens retas e comprimentos na altura dos quadris. Um mix de texturas cria nestas peças grafismos multicoloridos, usando e abusando de tecidos metalizados, lisos e drapeados. Já para "quebrar" a rigidez dos modelos justos, uma sequência de vestidos cheios de babados e bem fluidos abre a sessão dos looks em tons terrosos. Destaque para o modelo bordado lembrando raios do sol. Para os acessórios, sapatos altíssimos forrados e entrelaçados, no melhor estilo ankle-boot habillé, são incríveis opções para fugir da sandalinha básica. E, por fim, os tão esperados longos trazem todo o frescor da dupla de estilistas Maria Grazia Chiuri e Pier Paolo Piccioli com cores fortes em saias assimétricas que revelam boa parte das pernas. Mesmo com esta mudança de postura da marca, o tradicional vermelho Valentino aparece para lembrar que tradição não é sinônimo de antigo, mas sim de uma história de sucesso. Que pode ser contada e adaptada às necessidades e anseios do seu tempo.