Pelo frescor da juventude.
Desde que assumiu o estilo da Valentino, a dupla Maria Grazia Chiuri e Pier Paolo vem marcando seu trabalho com a missão de rejuvenescer a imagem da maison. Esta proposta, até então muito bem posicionada entre as coleções ready to wear, chega à alta costura e chama a atenção pela alta dose de frescor e simplicidade de suas peças. Fato que confirma todo o esforço da dupla de estilistas nesta busca por, literalmente, novas clientes. Uma coleção com ares sessentinhas nas formas e nos comprimentos, em que os recortes ganham destaque. Vestidos no melhor estilo Lolita têm modelagens alongadas no torso e microssaias discretamente insinuantes. Em outros casos, os recortes sobem. Começam logo abaixo do busto, marcando a volta do bom e velho modelito trapézio. Tudo sem evidenciar demais a silhueta e com detalhes pra lá de românticos. Lacinhos, frufrus e transparências estão por toda parte. Outra novidade para os curtos são as manguinhas sete-oitavos, sempre muito bem acompanhadas por decotes comportados. E, nesta brincadeira do esconde e mostra, as pernas são o foco principal e ganham os chamados kitten heels como bons aliados. Saltos baixinhos para sapatos de bico fino deixam para trás a ditadura dos altíssimos meia-patas. Além de mais confortáveis, os saltos tipo gatinho se alinham com o movimento atual de tantas outras marcas pelo resgate do feminino e clássico estilo dos anos 1950. Voltando às peças, mais especificamente aos longos, bordados leves e tecidos em tons pastel sugerem novas proporções. Cinturas baixas, saias com volume nos quadris e formas mais soltinhas ao longo do corpo. Mas não são só de tons clarinhos que a coleção se desenvolve. O vermelho Valentino marca presença acompanhado por modelos em preto e cinza. Pelo visto, existe sim uma fórmula que alinha o peso da tradição com o frescor da juventude. Voilà!