Pano pra cá. Pano pra lá.
Não é a primeira vez, e provavelmente não será a última, que o Império Bizantino serve como tema de uma coleção. Tanto pela riqueza dos detalhes quanto pela sofisticação do figurino da época, esse universo atrai as atenções de designers mundo afora e enche os olhos dos espectadores de seus desfiles. No caso de Elie Saab, a união entre o DNA voltado para o melhor do estilo red carpet e as referências dessa antiga civilização — também conhecida como Império Romano do Oriente, que durou de 525 a 1453 — parece mais que perfeita. Seu tão característico trabalho em pedraria se mostra renovado graças aos adornos de delicadas rendas. Estas, devidamente recortadas, cuidadosamente aplicadas sobre o tecido e luxuosamente rebordadas. Outro ponto que chama a atenção fica por conta das assimetrias desses detalhes, que podem aparecer de um lado só do vestido, em mangas longas ou em discretas fendas. Bem menos discretas são as transparências — marca registrada do designer, que jamais ignorou a importância da sensualidade no visual noite. Elas aparecem em decotes agora mais profundos e quadrados, ou ainda nos vestidos curtos com formas próximas ao corpo. Mas a principal novidade da coleção vem mesmo das modelagens: bem mais fluidas e amplas, na melhor representação do que podemos chamar caftã glam. Panos de sobra para todos os lados deixam essa produção festa mais atual, sem esquecer do conforto e da feminilidade. Tudo isso sob uma cartela de cores composta pelos infalíveis pretos e nudes contrastando com os irresistíveis tons de azul. Pelo visto, o olhar da marca sobre o que se espera de uma mulher em seu traje de gala vai muito além de pedraria salpicada em um modelito ajustado.
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