Todos os elementos e as tendências fortes desta temporada estão presentes. Militarismo, shapes ultrafemininos, referências às décadas de 1950 e 1960, tricôs... Mas a grande novidade da coleção do estilista Dries van Noten vem da forma como todos estes estilos se misturam na passarela. Sua incrível capacidade de compor diferentes elementos em uma única produção vai além do mix & match de estampas. A brincadeira de juntar peças improváveis faz do seu inverno algo absolutamente desejável, pelo conforto, irreverência e naturalidade. Que tal uma manguinha militar no clássico vestido bordado? Ou um tricô largão usado com uma saia longa de seda? Ou, ainda, uma calça cropped casual para o blazer estruturado? Todas estas propostas são tentadoras. E o melhor é que são propostas possíveis. Contrastar o formal com o casual é um movimento que ganha forma no cenário da moda mundial. Mas desta vez vai muito além da saia de paetês com a regatinha básica. Requer desprendimento de padrões sem parecer truque de styling. Traz jovialidade sem perder a elegância. São peças que fazem parte da maioria dos closets femininos e que pela primeira vez podem aparecer juntas, e em total harmonia. As cores neutras como preto, marinho e camelo (hit da temporada) ressaltam ainda mais os tecidos de seda pintados à mão em tons de púrpura, azul e verde. Nenhum elemento entra por acaso, por mais que pareçam terem sido misturados aleatoriamente. Nem as peles com padronagens de oncinha ficam de fora desta divertida experiência fashion. Vale destacar também os shapes femininos das saias godê, das parkas com cinturas marcadas e dos ladylike dresses. A coleção, que em um primeiro momento pode parecer fruto de delírios criativos, é na verdade a mais simples e contagiante forma de se vestir com estilo, elegância e, acima de tudo, com corforto.