O HUMORISTA DO SBT ABRE SUA CASA, ONDE VIVE COM DANIELA, 38 ANOS MAIS NOVA, E OS FILHOS JOÃO VITOR, DOMÊNICO E ANA HELENA
por Juliana Saboia
Ele foi um dos maiores showmen da televisão brasileira nos anos 60 e 70, cantor e compositor de mão cheia, autor de sucessos sertanejos como Ainda Ontem Eu Chorei de Saudade, ganhador de 41 Discos de Ouro, e prêmios como Roquete Pinto, Globo de Ouro e Chico Viola, alguns dos mais importantes da cena artística da época. Mas a glória acumulada em 47 anos de carreira não deixa o humorista Moacyr Franco (69), que atualmente vive o caipira Jeca Gay, no programa A Praça É Nossa, do SBT, viver do passado.
"Eu abandonei a saudade. Se alguém me relembra os bons tempos, digo que tempo bom é o presente, o tempo dos meus filhos, o tempo do futuro", disse o mineiro, que após quatro casamentos e três filhos - Moacyr Franco Júnior (47), piloto, Paulo Augusto Franco (46), o Guto, diretor do programa A Turma do Didi, da Globo, e Maria Cecília Franco (36), produtora - encontrou a felicidade ao conhecer sua atual mulher, Daniela Franco (31), há 16 anos, com quem teve mais três herdeiros: João Vitor (12) e os gêmeos Domênico e Ana Helena (3)."Racionalmente a diferença de idade de 38 anos é uma loucura. Mas sou um homem de sorte", avalia o ex-deputado federal pelo PTB-SP (1983-1987), em entrevista exclusiva à CARAS, na casa de 400 m, cercada de verde, em que vive com a família em Cotia, a 30 km de São Paulo.
- Como foi a escolha da casa?
Moacyr - Procurávamos em bairros nobres como Morumbi e Alphaville, mas era tudo caro. Achamos este terreno de 3 000 m, com lago, piscina e uma casinha pré-fabricada humilde e feia. Compramos e fomos a Recife. Mandei pintar de lá, por telefone. Quando chegamos, a casa estava linda. Depois de algumas reformas, está se transformando num lugar gostoso.
- E a decoração?
Moacyr - Faz a linha country, com madeira, cores e adereços. O importante é que está sempre cheia de amigos como cantores sertanejos, gente da TV e familiares.
Daniela - Gosto do estilo despojado, sem frescuras. Aqui as crianças podem colocar o pé no sofá. Meus filhos têm a liberdade de brincar em qualquer lugar. Sou festeira. Sempre comemoramos datas importantes e aniversários.
- E o casamento, vai bem?
Daniela - Passamos por fases difíceis. Cinco anos depois de ter o João Vitor engravidei e perdi o bebê. Tentei engravidar novamente durante um ano, sem sucesso. Descobri que o Moacyr tinha se submetido à uma vasectomia sem eu saber. Meu casamento quase acabou. Confiança, fidelidade, lealdade são fundamentais em qualquer relação. Superamos a crise e tivemos que recorrer a tratamentos de reprodução assistida para ter o Domênico e a Ana Helena.
Moacyr - De uma maneira geral o casamento tem dado certo. Vivemos bem, temos uma família linda. Mas nem sempre uma diferença de idade enorme é legal.
- Pesa a diferença de idade?
Moacyr - Claro que atrapalha, em tudo. Quando paro para pensar, sei que é uma loucura. Tinha 53 anos quando conheci a Dani, com 15. Racionalmente não tem cabimento. Mas tenho sorte.
Daniela - Nos esforçamos para a relação dar certo. Às vezes me acho mais madura que ele. Ele é impulsivo e eu, ponderada.
- Como vocês se conheceram?
Moacyr - Foi em Maringá, no Paraná, em 1990. Fui fazer um show em um clube no Dia das Mães. A miss da cidade, escalada para entrar comigo no palco, não foi. A produtora a substituiu pela Dani. Nos conhecemos e começamos a conversar com freqüência. A família dela mudou para São Paulo. Com a proximidade, descobrimos que poderíamos namorar.
Daniela - Quando eu o vi pela primeira vez me senti confortada. Dizem que a mulher procura um pai em um homem mais velho. Não é o meu caso. Sempre tive pai, mãe, cada um em sua posição. Mas optei pela segurança. Nunca fui de "ficar", de ter namorico. Quando o conheci já era noiva. Sempre sonhei em casar , ter filhos, uma casa linda e um marido apaixonado.
- Qual o segredo da juventude?
Moacyr - Tomo vitamina C, cuido da alimentação. Sou vaidoso, já fiz três plásticas, é preciso estar compatível com o tempo. Não quero sair com minha família como se fosse um vovô. O mais importante é ter planos: acabamos de gravar o piloto do programa Amigos de Estimação, apresentado pela Dani e escrito por mim.