Ídolo Milton Nascimento ganha homenagem na voz dos amigos

Ronnie, Isabel, Fafá, Simoninha, Izzy e Vercillo interpretam composições do artista na 8ª cerimônia do Troféu Raça Negra

Redação Publicado em 30/11/2010, às 17h41 - Atualizado em 01/12/2010, às 08h33

Vitor Manoel Custodio, Milton Nascimento, Simone Sampaio e Daniela Barbosa Rodrigues de Oliveira, aluna da Faculdade Zumbi dos Palmares - SAMUEL CHAVES/ S4 PHOTO PRESS
Em sua oitava edição, o Troféu Raça Negra, iniciativa da Afrobras - Sociedade Afrobrasileira de Desenvolvimento Sócio Cultural e da Faculdade Zumbi dos Palmares, fez uma homenagem ao cantor e compositor Milton Nascimento (67), na Sala São Paulo, na capital paulista. "Foi ele quem cantou a educação, quem instigou, quem chamou a juventude para empunhar a bandeira, para abraçar o País como seu também e para não deixar de sonhar nunca", disse o reitor da faculdade Zumbi dos Palmares, José Vicente (50), referindo-se ao tema da premiação, que enaltece talentos e também a um dos maiores hits do artista, a canção Coração de Estudante, hino da campanha das Diretas Já, nos anos 1980. A abertura das festividades do Dia Nacional da Consciência Negra, que celebra o aniversário da morte do líder negro Zumbi dos Palmares (1655-1695), contou com apresentações dos atores Ronnie Marruda (56) e Isabel Fillardis (37) e dos cantores Fafá de Belém (54), Simoninha (40) e Izzy Gordon (47), Jorge Vercillo (42), Margareth Menezes (48) e Fabiana Cozza (33). A mestre de cerimônias foi a também atriz Sheron Menezzes (26), ao lado do ex-atleta Robson Caetano (46) e dos colegas Maria Ceiça (45) e Déo Garcez (43). "O Troféu Raça Negra premia personalidades que tenham se dedicado na defesa dos valores da cidadania e contribuído para a valorização da diversidade racial e inclusão do jovem negro na educação e no mercado de trabalho, além de artistas que se destacaram em suas áreas", explicou Robson. O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (50), fez questão de comparecer ao concorrido evento. "Esse prêmio já se tornou uma tradição não apenas em São Paulo, mas no Brasil. É a oportunidade de visibilidade e que todos nós temos para relembrarmos a importância da comunidade negra ao longo da história do Brasil", declarou ele. Saíram premiados com a estatueta os atores André Ramiro (29), Cris Vianna (33), Marcello Melo (23), Priscilla Marinho (25), Elisa Lucinda (52), Marina Miranda (80) e Thogun (40), a repórter Maria Júlia Coutinho, o jornalista Heraldo Pereira (49) e o diretor Luiz Pilar, todos da TV Globo, o grupo Bom Gosto, o cineasta Jefferson De (40), do filme Bróder, o ministro do Supremo Tribunal Federal José Antonio Dias Toffoli (43), o ministro da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Elói Ferreira de Araújo, e a primeira-dama de Angola, Ana Paula dos Santos (47). A noite foi pontuada por canções de Milton Nascimento interpretadas por talentos da música brasileira, que arrancaram aplausos calorosos dos convidados. "Estou muito feliz de estar hoje aqui e poder prestar essa homenagem para uma das primeiras pessoas a me inspirar a cantar porque eu escutava Milton ainda garoto, com uns 15 ou 16 anos", falou o cantor e ator Ronnie Marruda, instantes antes de se apresentar. Exibindo seu talento como cantora, a atriz Isabel Fillardis não escondeu a emoção ao soltar a voz com os versos de Encontros e Despedidas. "Eu faço parte desse trabalho há muitos anos, eu ajudei a fundar, faço parte da Afrobras, por isso sinto uma emoção diferente a cada ano. A emoção dessa noite foi gigante, uma oportunidade ímpar de demonstrar o meu carinho ao Bituca que é nosso rei, nossa majestade", disse Isabel, referindo-se ao amigo Milton. Já a cantora Fafá de Belém surgiu poderosa em longo vermelho para cantar, pela primeira vez, ao longo de toda a sua carreira a música Coração de Estudante. "Somos amigos há muito tempo, antes de ser cantora profissional. O Milton é uma pessoa muito especial, amigo, correto e eu não encontrava com ele há algum tempo; confesso que fiquei profundamente emocionada porque essa canção mistura a minha história com a história da democracia do Brasil", revelou a sorridente intérprete paraense. Simoninha e Izzy Gordon também causaram comoção no público ao fazer um dueto na música Certas Canções e salientaram a importância da data. "Essa celebração é muito importante para nós porque chegamos aqui com nosso trabalho, com o nosso esforço, mas ainda estamos no início de um caminho", lembrou Izzy. "É fundamental esse prêmio existir e acontecer dessa forma bonita e harmoniosa", completou Simoninha. "Os meus ídolos são negros, meus heróis são negros. Me considero mestiço porque aqui no Brasil dificilmente há quem não tem um sangue negro, meu avô era negro, enfim, me sinto em casa", ressaltou o cantor Jorge Vercillo, enquanto conversava com o colega Altay Velloso da Silva (59), que assinou a direção artística da cerimônia e com quem interpretou Caicó. O ponto alto da noite aconteceu quando Milton subiu ao palco. "Eu quero falar que esta noite é muito importante para mim tal como este troféu. Quero dizer em todo o lugar do mundo que não existe cor, mas sim ser humano. Sou filho adotivo de família branca, eles me deram uma família que eu nem sequer imaginava que merecesse", declarou ele, sob os aplausos da plateia. "Uma noite como esta é mais do que eu poderia pensar. É fantástico!", completou o homenageado, prestigiado pelo sobrinho Daniel Campos Basílio (7) e as irmãs Elisabeth Campos (51) e Jaceline Basilio (46). A noite encerrou com a música Maria Maria sendo entoada inicialmente pela cantora Paula Lima (40) e seguida pela participação de todos os artistas. "Foi uma grande festa", concluiu o cantor Lenine (51), que dividiu o microfone com Vercillo em Canção da América e Para Lennon e McCartney.
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