O ponto alto do 23º Prêmio Shell de Teatro de SP foi o tributo a Maria Alice Vergueiro (76), que soma mais de 50 anos de profissão. "É uma honra para mim, do teatro experimental, que é diferente do comercial. No primeiro, o diretor divide com os atores a responsabilidade pelo trabalho; não há hierarquia rígida", diz a atriz de As Três Velhas, que não se abate com a artrose e o Parkinson. "Adoro estar em cena. A pergunta é: 'Onde foi que acertei?' O Teatro Brasileiro de Comédia aconteceu quando eu tinha 16 anos e me botou nos trilhos do teatro. Vi nomes como Paulo Autran e aqui estou", emenda, entre Fulvio Stefanini (71) e Ana Lúcia Torre (65), indicados Melhores Ator e Atriz, e Karin Rodrigues (75), viúva de Autran (1922-2007), que concorreu na Categoria Especial pelo destino nobre que tem dado ao acervo do parceiro e aplaudiu o Grupo Dolores Boca Aberta Mecatrônica de Artes, vencedor na categoria pela pesquisa e criação de A Saga do Menino Diamante - Uma Ópera Periférica.
Elegante, a atriz Beth Goulart (50), a mestre de cerimônias, anunciou os Melhores Atores Bete Dorgam (54), por Casting, e Luciano Chirolli (48), por As Três Velhas; e o prêmio triplo a Escuro: Theodoro Cochrane (31), Figurino; Marisa Bentivegna (39), Cenário; e Leonardo Moreira (28), Autor. Já Rodolfo García Vázquez (49) é o Melhor Diretor, por Roberto Zucco; Fernanda Maia (44) levou Melhor Direção Musical por Lamartine Babo e Caetano Vilela (42) ganhou Iluminação, por Dueto Para Um. Cada vencedor das dez categorias recebeu, além do troféu by Domenico Calabrone (1928-2000), 8000 reais.