Manchas roxas na pele podem ser indício de doença chamada púrpura

por <b>Patrícia Guedes Rittes</b>* (CRM 48444) Publicado em 05/01/2009, às 19h31 - Atualizado em 22/01/2013, às 13h41

Écomum vermos nas ruas e mesmo entre familiares, amigos e vizinhos idosos com manchas roxas sobre as mãos, nos punhos e nos braços. Boa parte deles, já despojados de vaidade em função da idade, nem se importa, acha normal ter o problema. Também filhos e outros familiares, por falta de informações, em geral não levam em consideração o fenômeno. Mas é importante destacar que se trata de uma doença chamada púrpura. Ela se caracteriza mesmo pelo aparecimento de manchas arroxeadas - ou purpúreas, daí o seu nome - na pele. Na verdade, pode surgir em qualquer porção do maior órgão humano. É mais comum a vermos nas mãos e nos braços das pessoas só pelo fato de serem áreas descobertas. Manchas em forma de ponto (puntiformes) ou de até 1 centímetro são chamadas petéquias; as de até 4 centímetros recebem a denominação de equimoses; e as maiores são chamadas hematomas. A púrpura resulta do vazamento de sangue dos vasos capilares, os menores e mais finos, situados nas camadas mais externas da pele. As causas mais comuns são: a) batidas de intensidade variável, que levam ao rompimento dos vasos capilares; b) alteração nas plaquetas, células do sangue responsáveis pela sua coagulação; c) doenças que interferem na capacidade de coagulação do sangue; d) alterações vasculares, como lesões na parede dos vasos ou aumento de sua permeabilidade, ou seja, de sua capacidade de permitir o vazamento de fluidos; e) enfraquecimentos dos tecidos que rodeiam e dão sustentação aos vasos; f) problemas emocionais como o estresse e o ansiedade; e g) alterações nas proteínas sanguíneas. As púrpuras podem se manifestar em qualquer pessoa. Existem muitos tipos, todos relacionados, claro, aos fenômenos citados no parágrafo anterior. Os mais frequëntes são os resultantes das alterações vasculares e do enfraquecimento dos tecidos que sustentam os vasos. As lesões e o aumento da permeabilidade dos vasos capilares devem-se, entre outros fatores, ao excesso de permanência em pé, a doenças infecciosas, à ingestão de alguns remédios e a doenças sistêmicas como a hipertensão. Já o enfraquecimento dos tecidos deve-se, entre outros, a doenças congênitas e hereditárias e à ingestão de antiinflamatórios que têm corticóide na composição. Muitas pessoas, como disse no início, sobretudo quando as manchas são poucas e pequenas, convivem bem com a doença. Outras, porém, em especial nos casos de púrpura mais intensa, são até discriminadas, sentindo-se incomodadas, diminuídas. Sofrem, então, e sua auto-estima despenca. Isso, claro, pode abrir espaço para os quadros depressivos. O ideal é consultar um dermatologista logo que surgir a primeira mancha. O diagnóstico inicial é clínico. O médico pode complementá-lo com exames de sangue e de imagem. Púrpura não tem tratamento único, estará sempre ligado à causa da manifestação. A fragilidade capilar, por exemplo, pode ser combatida com a ingestão diária de suco de laranja. Caso se constate que a causa da púrpura é o uso de um medicamento, de outro lado, basta suspendê-lo que pode desaparecer. Também é possível abreviar o tempo de duração das manchas com a aplicação de cremes e/ou de pomadas na pele. Assim se dá aos portadores melhor qualidade de vida.
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