Mais comum no idoso, insuficiência cardíaca mata mais do que câncer

Redação Publicado em 27/11/2008, às 13h09 - Atualizado em 30/06/2010, às 15h52

Caracteriza-se a insuficiência cardíaca quando ocorre uma diminuição da capacidade do coração de bombear o sangue, deixando de suprir as necessidades do organismo. Embora seja mais freqüente em idosos, pode ocorrer em qualquer idade. Raramente atinge as crianças; quando se manifesta nelas, em geral se deve às malformações. Pode aparecer também repentinamente, mas o mais comum é o coração perder aos poucos a função. A insuficiência cardíaca é muito freqüente. O Datasus, banco de dados do Sistema Único de Saúde (SUS), estimava que, em 2002, havia no Brasil 2 milhões de portadores, com 240 000 casos novos anualmente. Já nos Estados Unidos há 5 milhões de doentes e 400 000 a 500 000 novos casos por ano. Cerca de 300 000 americanos morrem todo ano dessa doença. A insuficiência cardíaca, aliás, mata mais do que alguns tipos de câncer. A principal causa de insuficiência cardíaca em todo o mundo é a doença isquêmica do coração, que ocorre sobretudo depois dos 40 anos. Trata-se da formação de placas de gordura nas artérias do coração - o que é chamado também de aterosclerose -, que as obstruem e dificultam a chegada de sangue e oxigênio às células do órgão. Isso promove adaptações no músculo cardíaco na tentativa de manter sua função, o que, em última análise, leva a sua dilatação e perda ainda maior da capacidade de bombeamento. Outras causas importantes de insuficiência cardíaca no Brasil são: hipertensão arterial, doença de Chagas, consumo freqüente e excessivo de bebidas alcoólicas e drogas, além de doenças das válvulas cardíacas. Todas fazem o coração, aos poucos, dilatar-se e perder a capacidade de funcionamento. Os principais sintomas da insuficiência aguda do coração - em especial no caso de infarto extenso do miocárdio ou insuficiência cardíaca avançada - são: acúmulo de líquidos nos pulmões, diminuição no volume de urina, mãos e pés gelados, extremidades arroxeadas e confusão mental. Quando a doença se forma gradativamente, a pessoa tem: dificuldade de fazer esforços físicos, cansaço, falta de aro e quando deita, chiado nos pulmões, tosse, não urina de dia e passa a urinar à noite, empachamento, náuseas, vômitos, inchaço nas pernas e nos pés. Quando a dilatação do coração se inicia, ela se perpetua por si mesma. O paciente vai ficando cada vez mais cansado e incapaz de fazer atividade física. Nos casos extremos, é difícil até pentear cabelo e amarrar sapato. Passa a vida sentado, pois, pela falta de ar, não agüenta deitar-se. Além do mais, corações dilatados são verdadeiros "centros produtores" de arritmias, que podem ser fatais. Felizmente, é possível evitar a insuficência cardíaca com algumas medidas básicas. Adote uma alimentação saudável. Faça atividade física. Não consuma bebidas alcoólicas em excesso. Fuja das drogas. Nas regiões em que há doença de Chagas, evite dormir em locais sem estrutura. Indivíduos que têm colesterol alto, diabetes ou hipertensão arterial precisam manter essas doenças sob controle. Quem tem sintomas deve consultar um clínico geral ou cardiologista. A doença já tem tratamento com remédios. Quanto mais cedo é iniciado, maior a eficácia. Nos casos em que o coração já perdeu grande parte da função e os remédios ajudam pouco, pode-se fazer transplante. Essa cirurgia evoluiu muito, mas ainda tem sido um desafio, no Brasil, encontrar os órgãos dos quais se necessita.
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