Leopoldo Raimo

Redação Publicado em 02/09/2009, às 22h07 - Atualizado às 22h08

Nascido em Botucatu, interior paulista, filho de um fabricante de fogos de artifício, Leopoldo Raimo mudou-se para a capital aos 6 anos. Adolescente, estudou Arte com o acadêmico Oscar Pereira da Silva (1865-1939) e chegou a ingressar na Escola Paulista de Belas-Artes, mas formou-se em Medicina na Universidade de São Paulo, onde passou a lecionar. Nunca, porém, abandonou a arte. Estudou com Samson Flexor e com Lívio Abramo e participou de salões e bienais paulistas. Morreu de insuficiência cardíaca 12 anos após perder a mulher, a ceramista Marina Salerno (1919-1989), com quem teve um filho, o engenheiro Leopoldo Francisco Raimo (64).Tinha 88 anos. Médico e professor de Medicina, Leopoldo Raimo (1912-2001) dedicava-se à arte apenas nos finais de semana. Ainda assim conseguiu produzir uma obra importante, levada ao público em rara exposição no final de 2008 e início de 2009 na Pinacoteca do Estado de São Paulo. Todo o percurso do artista, que experimentou várias correntes, foi mostrado em 80 trabalhos. Primeiro, Raimo dedicou-se a um abstracionismo geométrico delicado e harmonioso, influenciado pelos estudos com o romeno Samson Flexor (1907-1971), um dos introdutores dessa escola artística no Brasil. Mais tarde, flertou com o expressionismo abstrato do americano Jackson Pollock (1912-1956) e enveredou por um abstracionismo mais lírico, à moda do nipo-brasileiro Manabu Mabe (19241997). Além da tinta a óleo, chegou a usar areia em algumas criações. Fez ainda xilogravuras que lembravam sua origem interiorana, aplicando a técnica aprendida com Lívio Abramo (19031992). Raimo construiu uma obra "de forte personalidade individual e singular qualidade artística", como escreveu no catálogo da exposição o diretor da Pinacoteca, Marcelo Mattos Araujo (51), e "muito representativa de seu tempo, uma vez que dialogava com outros artistas, brasileiros e estrangeiros ", segundo a curadora Ana Paula Nascimento (35). Seu singular processo criativo muitas vezes começava com desenhos em blocos de receituário, entre uma consulta e outra. Somente depois ele passava os trabalhos para a tela. Alguns desses rascunhos acabaram revelando tanta força quanto as próprias obras finalizadas. SUA ÉPOCA "Meus quadros são espontâneos e subjetivos", disse Raimo certa vez. Mas há quem veja, na sua fase telúrica, à qual pertence a obra mostrada nesta página, referências a células ou a planetas e galáxias. Não é impossível imaginar que o universo tenha seduzido o artista. Afinal, ele viu, possivelmente encantado, como todos, o homem pisar pela primeira vez a Lua, em 20 de julho de 1969. A corrida espacial iniciara-se em 1957, quando a União Soviética lançou os satélites Sputnik e Sputnik II, este levando a cadela Laika. Apesar de os soviéticos terem largado na frente, foi o americano Neil Armstrong (79) quem primeiro colocou o pé na superfície lunar. As imagens da façanha e também as da Terra vista do espaço ficaram gravadas na memória da humanidade.
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