Tradicional evento do cinema brasileiro, o Festival do Rio ganhou sotaque europeu. No Ano da França no Brasil, a diva parisiense Jeanne Moreau (81) foi a grande homenageada na abertura da 11a edição da festa, que reúne mais de 300 produções de cerca de 60 países exibidas até 8 de outubro. "Fico feliz por receber este carinho tão especial. Vou guardar a honra no meu coração", discursou, no Cine Odeon, na Cinelândia, antes da festa, no Galpão da Ação da Cidadania. Ícone da Nouvelle Vague, movimento artístico do cinema francês nas décadas de 1950 e 60, e musa de reconhecidos diretores como Michelangelo Antonioni (1912-2007), François Truffaut (1932-1984) e Orson Welles (1915-1985), Jeanne foi recebida com aplausos calorosos. Após assistir a um vídeo com alguns de seus grandes momentos, ela ganhou placa de Cacá Diegues (69), que a dirigiu em Joanna Francesa, de 1973. "O Brasil é muito plural. Por isso, acredito que realmente seja o país do cinema", ressaltou ela, ao lado de Hugues Goisbault (58), cônsul-geral da França no Rio. "Se o cinema tivesse um rosto, só poderia ser o de Jeanne Moreau", sintetizou Cacá.
Apresentada pelos atores Tony Ramos (60) e Christiane Torloni (52), a cerimônia de abertura exibiu o filme Aconteceu em Woodstock, de Ang Lee (54). Além de celebridades como Giselle Itié (28), Maria Paula (38), Danni Carlos (34) e o casal Alexandre Borges (43) e Julia Lemmertz (46), uma das juradas do evento, também estiveram presentes à sessão inaugural a secretária estadual de Cultura, Adriana Rattes (44), e o prefeito do Rio, Eduardo Paes (39), que destacou a volta do patrocínio municipal. "Esse festival é um orgulho e a prefeitura vai apoiar cada vez mais a indústria da criatividade. A festa consolida a cidade como grande produtora de cinema e fornecedora das melhores paisagens para os filmes nacionais", valorizou Paes, ao lado de Sérgio Sá Leitão (42), presidente da Rio Filmes, e de Vilma Lustosa (52) e Ilda Santiago (41), diretoras do Festival. "São mais de 30 cinemas exibindo filmes, que também poderão ser vistos em comunidades e praças públicas. Uma grande festa durante 15 dias", enumerou Ilda, que vai receber diretores como a francesa Agnès Varda (81), o argentino Juan José Campanella (50) e o americano Marc Webb (34), além do produtor sul-africano Jon Blair (58), em mostras que trazem longas premiados nos últimos festivais de Can nes, Berlim e Veneza, além da Pre mière Brasil, que apresenta cerca de 60 produções nacionais inéditas. Uma programação que encantou a atriz Lolô Souza Pinto (51), que volta às novelas em Viver a Vida. "O personagem é solar e acho isso ótimo já que sou lembrada por tipos pesados, como a carcereira em Olga", disse ela, referindo-se ao longa de 2004, ao lado de Marcio Ehrlich (59), seu par na trama global.
Astro brasileiro de projeção no exterior, Rodrigo Santoro (34) tam bém participou da festa. Acom panhado do amigo e ator Eriberto Leão (37), ele falou de seus projetos e do novo visual, com bigode. "É por causa do longa There Be Dragons. Vivo um campesino anarquista na Guerra Civil Espanhola, em 1936", disse o galã, que já rodou parte do longa na Argentina e vai continuar as filmagens na Espanha. "Estar aqui hoje é muito especial. Sempre que tenho um tempinho, corro para rever a família e os amigos. E acho que a importância do festival não é só o de apresentar filmes, mas promover o encontro das pessoas envolvidas e apaixonadas pelo cinema", ressaltou Rodrigo.