Aiaiaiai, não é mesmo o melhor momento de Karl Lagerfeld. Vai daí que acontecem altos-altíssimos e... baixos-baixíssimos! Coleção-confusão em que tanto a lady como a menininha de vida fácil jogam no mesmo time. As minis curtíssimas abotoáveis/desabotoáveis (completamente out do momento-fashion), lembram o clima "Copacabana não me engana", e, ainda que complementadas por blusas romantissíssimas (e dá-lhe jabots!), ficam com cara de "modinha", sabe como? As longas cuissardes brancas são de gritar (de horror), e assessoram quase tudo, até os longos negros e etéreos que fecharam o desfile. Mas - claro - as chacretes vão adorar... Anyway, vivemos tempos globais, e o mundo todo se funde e se confunde. Pode ser acrescentador mas - hélas - também pode ser assustador. Pouco a pouco, as grifes se descaracterizam e saem (desesperadas?) comendo umas as outras. Uiuiui, os cardigans black and white Chanel fall 2006 chegam com listras "presidiárias" que - sorry - marcaram coleção recente de Dior by Galliano. O tailleurzinho de tweed tipo chevrons chega meio desfiado, longe, bem longe, da beleza apoteótica, dos tweeds despedaçados, autoria Watanabe. E os vestidos-camisolas, que flutuam entre rendas e transparências, passam "raspando" nos shapes last summer do fenômeno Ghesquière. Quando Karl coloca calças espaçosas travando os pretinhos (chiquérrimos) e os casacos pra lá de bem cortados, a proporção vacila, fica duvidosa. O melhor de tudo? Um casaqueto lindinho, todo feito de camélias de tricô. Uma bolsa nova, tipo um sacão imenso onde cabe tudo, com a bossa da alça-corrente curtinha. As blusas vitorianas, poesia pura sempre, com suas golas altas e suas mangas fofíssimas. E, algo incrível, a reedição das pulseiras emblemáticas de Verdura, o joalheiro preferido de Coco Chanel. Bárbara! Vou até querer uma!!
FOTOS: MARCIO MADEIRA