De Brigitte Bardot a Madonna. Esta foi a linha do tempo que levou Jean Paul Gaultier a idealizar seu inverno 2010. O desfile trouxe de volta as divas de Hollywood em modelitos revisitados, que, se depender do estilista, não deixarão de ser hits nunca. Começando pelo trench coat, passando pelo smoking e terminando nos corsets. Tudo isso para trazer de volta o glamour digno de sua história de sucessos e transgressões. A figura de cada uma das modelos ganha um misto de nostalgia e modernidade com jeitão de retrospectiva. Por outro lado, é nítida a sensação de que, a partir daí, algo inovador ainda está por vir. Afinal, estamos falando de um dos nomes mais vanguardistas do mundinho fashion. Transitando com facilidade entre o excêntrico e o clássico, Gaultier reedita peças com toda a sofisticação da alta costura. O trench coat ganha ainda mais status com seus ombros marcados, inteirinho em couro. Na sequência, o tailleur arrasa (comportado), não fosse a estola de pele tão politicamente incorreta. Material que, apesar de toda a polêmica, parece ainda ser o queridinho de tantas outras marcas. Já passou da hora de os estilistas encontrarem novas alternativas para substituí-la. Voltando ao desfile, o smoking dá o ar da graça com lindas lapelas de veludo embutidas e shapes acinturados. E, falando em marcar a silhueta, nada melhor do que os corsets. Eles aparecem nos vestidos com recortes e busto marcado ou em tops prateados à la Blade Runner. Sensualidade também não falta na versão do look anos 1950: transparência e saia rodada com detalhes geométricos. Para os modelos longos, decotes profundos em lamê relembram os tempos áureos de suas stars futuristas. Impossível não se sentir poderosésima com qualquer uma dessas opções. Do romântico ao ultrassexy, Gaultier consegue elevar a mulher a todos os personagens que ela deseja encarnar. Não é por acaso que ele se tornou o grande criador de figurinos para celebs mundo afora. Desta vez, convida todas a revelar seu lado diva. Por que não?