Glória Maria lembrou de seu início da carreira na televisão e revelou o medo que sentia por ser uma jornalista negra. “Tive que superar e foi muito difícil”, recordou
Hoje prestigiada como uma das principais jornalistas da televisão brasileira, nem sempre foi fácil para Glória Maria (63) estar à frente das câmeras noticiando os principais fatos do Brasil e do mundo.
Ao programa Encontro com Fátima Bernardes, ela recordou do momento em que parou de escrever textos para a televisão para estar na casa dos brasileiros, totalmente exposta. “Eu tinha muito medo, tinha medo do preconceito, eu tinha medo do racismo, das pessoas não entenderem uma negra estar ali. Então, era muita coisa que eu tinha que superar. Foi muito difícil", lembrou.
“Eu era muito confortável naquela coisa de texto, não tinha aquela coisa de glamour, maquiagem, se arrumar”, acrescentou.
A jornalista citou a morte de Tancredo Neves (1910 - 1985) como a cobertura mais marcante de sua carreira. "As pessoas achavam que ele não tinha morrido naturalmente, que ele tinha sido assassinado, e que eu tinha sido testemunha desse assassinato", revelou Glória ao recordar da polêmica.
“Eu apresentava o jornal das 7h na época. E aí eu não pude participar dessa cobertura em São Paulo, que era onde ele estava agoniando. Tive que ficar no Rio, e as pessoas não me viam nessa cobertura nacional. Então, se eu não estava ali, é porque tinha um mistério em torno da morte do presidente”, explicou. “Esse mistério era que ele tinha levado um tiro, esse tiro teria atingido a minha perna e eu teria ficado hospitalizada, incomunicável. Começou a surgir uma coisa tão absurda. Eu tive que entrar em todos os jornais ao vivo para mostrar que eu estava viva".
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