Fiasco do homem no sexo merece compreensão, mas também análise

por <b>Paulo Sternick</b>* Publicado em 11/08/2009, às 11h41

A atriz Luana Piovani (32), em entrevista à Playboy de junho, tocou em um problema delicado. Ao ser indagada se algum homem já havia broxado com ela, confessou, sem temor de arranhar seu fascínio sensual: "Milhares. Todo homem já broxou um dia e toda mulher já fingiu um orgasmo". Instigada a revelar como reage neste momento constrangedor do parceiro, não perdeu a fleuma: "Dou um abracinho, um carinho e faço naninha encaixado". Uma reação simpática e afetuosa. Provavelmente não compatível com o comentário de Sigmund Freud (1856-1939), o Pai da Psicanálise, para quem há relação inversa entre a paixão de uma mulher e o incômodo com a falha masculina: "Quanto mais apaixonada é uma mulher - quanto mais, portanto, tiver disposição para a relação sexual e for mais capaz de ser satisfeita -, tanto mais reagirá com ansiedade à impotência. Ao passo que, no caso de mulheres frígidas ou sem muita libido, esse mau trato desempenha papel muito menos importante". De fato, várias são as reações femininas ao inadvertido suposto "mau trato" deles: há as que se sentem rejeitadas, como se a culpa fosse delas, sentindo-se pouco atraentes e desejadas; e existe a reação extrema de mulheres que são rivais do "sexo forte", gozando mais - de forma triunfal - ao ver o homem falhar do que com a potência deles. Mas, no caso de mulheres famosas e lindas, ou as que ficam disponíveis depois de muito tempo desejadas, o colapso momentâneo da potência masculina simboliza mais um temor reverencial que transforma a execução do desejo sexual num ato difícil - não de paixão, mas de heresia. Por isso, há homens que escolhem pessoas simples ou comuns para trocar desejos "mundanos". Claro, para eles, temos de distinguir entre falhas ocasionais e as que se repetem. Nesse último caso, é necessário ir ao médico para descartar causas orgânicas e, então, consultar o psicanalista para abordagem mais profunda das razões da inibição. Porque a impotência masculina crônica - excetuando-se razões físicas - deita raízes no inconsciente, onde se travam agudos conflitos da alma relativos ao amor e à sexualidade. Mas há situações em que a inibição só se manifesta com certa pessoa, ou em certo tempo: às vezes, é uma relação que se inicia e ele teme o envolvimento. Outro exemplo é o homem que se separa após muitos anos com a mesma mulher e não consegue ficar à vontade em novas relações. Há médicos que sugerem remédios contra a "disfunção erétil" para as situações passageiras, às vezes junto com psicoterapia. Mais complexa é a situação na qual questões conjugais limitam a sexualidade. Para elas, sempre é um momento constrangedor. Nessa hora, o melhor é relaxar e deixar para depois. Afinal, não somos máquinas. A falha dele, que também pode ser dela, é capaz - isto sim! - de levantar significações e expressar um enigma que, uma vez decifrado, faz andar a carruagem. Mas também é bom ter em mente outras dimensões das relações entre as pessoas. Lembrei-me, a propósito, de uma frase no final da vida do ator Henry Fonda (1905-1982) a seu filho Peter Fonda (69), no leito do hospital: "Filho, eu te amo". Peter contou isso em uma entrevista, comentando emocionado: "Ouvir isso é melhor do que transar". Quis dizer que o amor profundo, a afeição, o carinho entre duas pessoas é algo mais significativo do que as satisfações sensoriais - embora, na situação de casal, uma dimensão não deva excluir a outra.
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