Etimologia

por Deonísio da Silva* Publicado em 24/01/2011, às 20h09

Etimologia -
Começo: de começar, do latim vulgar cominitiare, pela formação com mais initiare, cuja primeira pessoa do presente do indicativo é cominitio, eu começo. No verbo, este "e" é aberto, mas no substantivo é fechado. É a segunda palavra do primeiro versículo do primeiro livro da Bíblia, o Gênesis, gênese em português, do verbo grego gígnomai, começar, tradução do hebraico bereshit. Em muitas traduções é usado o sinônimo princípio. "No começo (ou no princípio), criou Deus o céu e a Terra". O narrador, usando linguagem literária, com "céu e Terra" quis dizer tudo que existe. E fixou a semana em sete dias, de acordo com o calendário lunar então vigente entre os hebreus, criando Deus à semelhança do homem, fazendo-o descansar no sétimo dia, após seis de trabalho intenso. A ciência comprovou que Adão, o primeiro homo sapiens, teve origem entre 100000 e 200000 anos atrás. Gôndola: do italiano gondola, palavra que ali chegou ou se formou sem se saber como, para designar embarcação de extremidades levantadas, facilitando embarque e desembarque nos canais de Veneza. No Brasil, as prateleiras de livrarias e supermercados também são chamadas gôndolas, aplicando-se o termo também a vagão ferroviário aberto em cima, com as paredes laterais basculantes, usado no transporte de minérios, carvão e outros minerais. Os teleféricos utilizados nos morros do Rio de Janeiro são chamados igualmente de gôndolas por analogia com os antigos veículos urbanos da cidade, puxados por burros. Observe-se o seguinte trecho do romance Lucíola, de José de Alencar (1829-1877): "Um embaraço imprevisto, causado por duas gôndolas, tinha feito parar o carro". O carro, também chamado tílburi, equivaleria hoje ao automóvel, e a gôndola a um pequeno ônibus. Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) diz em Contos de Aprendiz: "Um relógio - de ouro, para dar imagem do tempo - devia bater dentro do colete, de onde escorria uma gôndola grossa." Recentemente, o Jornal do Brasil registrou, com foto, que o presidente Lula (65), o governador Sérgio Cabral (49) e o prefeito Eduardo Paes (42) comemoraram a pacificação do Morro do Alemão antes de embarcarem nas gôndolas do teleférico. Pintor: do latim culto pictore, pelo latim vulgar pinctore, declinação de pinctor, do verbo pingere, pintar. Em português, designa tanto o artista como o pintor de paredes. Célebres fraudes já foram comercializadas como obras originais. O inglês John Myatt (65) foi o maior falsificador do século XX. Ele pintava sem parar e assinava os quadros como se fossem originais de Braque (1882-1963), Matisse (1869-1954), Giacometti (1901-1966) e Le Corbusier (1887-1965), entre outros. Tudo começou quando Myatt, abandonado pela mulher, para sustentar o filho, anunciou que fazia réplicas dos séculos XIX e XX por 250 libras. Um físico nuclear que se apresentou como John Drewe (62) comprou 200 delas e revendeu-as a casas de leilão do mundo inteiro. A polícia recuperou apenas 80. As outras devem estar espalhadas por prestigiosas galerias. Presos pela Scotland Yard em 1995, ambos foram condenados em 1999. O pintor pegou um ano. O revendedor, seis. Traficante: de traficar e de tráfico, do italiano trafficare e traffico, respectivamente, designando atividades ilícitas de comércio. No Brasil, traficante designa sobretudo o comerciante clandestino de cocaína. Essa droga tornou-se ilícita há apenas algumas décadas. Pouco tempo após a II Guerra Mundial ainda se podia comprar cocaína nas farmácias. Parece que a primeira aceitação da coca pelos europeus começou com o navegador e conquistador espanhol Francisco Pizarro (1476-1541). Ele notou que, ao contrário de seus soldados, que caíam como moscas nas selvas do Peru, os índios não demonstravam cansaço, porque mascavam coca. Foi o bioquímico austríaco Albert Niemann (1834-1861) quem primeiro isolou o alcaloide da coca e nascia então a cocaína. O psicanalista austríaco Sigmund Freud (1835-1930) não só enalteceu os poderes terapêuticos da cocaína, como a consumiu regularmente. Em carta à esposa, escreveu: "Tomo cocaína regularmente, em pequenas doses, para combater a depressão e a má digestão". Mas ainda no século XIX o químico alemão Emil Erlenmeyer (1825-1909) classificou a cocaína como o terceiro flagelo da humanidade, depois do ópio e do álcool.
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