Humanitário: do francês humanitaire. Este adjetivo qualifica quem promove atividades para melhorar o bem-estar humano, designando também essas ações, de que é exemplo a expressão, muito comum, "ajuda humanitária". Em tempos de crise, sobressaem nessas tarefas as contribuições femininas. No Brasil destacou-se, entre tantas, a catarinense Zilda Arns Newman (1934-2010), falecida no terremoto do Haiti, em 12 de janeiro de 2010, quando lá estava para prestar ajuda humanitária àquele país. Médica pediatra, deu prioridade a tarefas de Saúde Pública, com o fim de salvar crianças pobres da mortalidade infantil, da desnutrição e da violência no contexto familiar e comunitário. Foi fundadora da Pastoral da Criança, ligada à CNBB, que atua em 4066 municípios, em todos os Estados. Em 2008 fundou a Pastoral do Idoso. O último sobrenome deve-se ao casamento com Aloísio Bruno Newmann (1931-1978), com quem teve seis filhos. Era irmã de dom Paulo Evaristo Arns (89), que foi arcebispo de São Paulo de 1970 a 1998, notabilizando-se pela defesa dos direitos humanos.
Juliano: do latim julianus, do nome do estadista e general romano Caio Júlio César (101 a.C.-44 a.C.), que corrigiu a defasagem de 11 dias no calendário lunar, em uso há seis séculos. Para tanto, encurtou o ano de 46 a.C. para 445 dias. Dali por diante, por 16 séculos o ano teve 365 dias e seis horas, com a introdução de um ano bissexto, quando o mês de fevereiro tem 29 dias. Os outros tinham 30 ou 31. Em 1572, a diferença já estava em dez dias, uma vez que o ano não tem exatamente 365 dias e 1/4. No século XVI, foi eleito papa um professor de Jurisprudência de Bolonha, Itália, onde foi fundada a primeira universidade do mundo, chamado Ugo Buoncompagni, que tomou o nome de Gregório XIII (1502-1585). Entre suas grandes realizações, duas permanecem há muitos séculos: os seminários para a preparação de meninos para o sacerdócio e a supressão de dez dias do calendário juliano então em vigor (esta diferença aumentou para 11 dias em 1700). O novo calendário, que vigora ainda hoje, chamou-se gregoriano. Em 1961, a Organização das Nações Unidas quase aprovou um calendário mundial, segundo o qual todo ano começaria num domingo e todo trimestre também. A Igreja, preocupada com os dias santos, aprovou a nova forma de contar o tempo, mas o novo calendário nunca foi adotado.
Ponche: do sânscrito pañca, ligado ao grego penta, pelo hindu panch e o inglês punch, designando bebiba alcoólica de cinco ingredientes - todos os étimos referem o número 5. Durante muitos anos o ponche foi feito com rum, conhaque ou cachaça, com o acréscimo de chá, limão, açúcar e uma especiaria. Hoje há ponches de diversas composições. Embora alguns dicionários definam como ponche também certa veste sem mangas, esta é registrada como poncho, do castelhano poncho, variante de pocho, manta de uma só cor.
Verde-amarelo: do latim viride, designando a cor como o frescor e imaturidade, e do latim hispânico amarellus, diminutivo de amarus, amargo, denominação nascida para designar pessoas que sofriam de icterícia, transtorno da bílis. A primeira cor está em Ponche Verde, romance de estreia do gaúcho Janer Cristaldo (63). Lê-se no último capítulo, em que o portunhol dá as caras: "Das bandas do Ponche Verde, charlando mais que caturrita em hora de siesta, vêm cortando campo as gurias do Candoca, pelo tempo que costumam fazer penitência devem trazer muito pecado no lombo. De Puntas de Jaguary, num colorado de touro pular sete fios, vienen las gurisas de Don Rocha, marido anda escasso em baile, hay que dar una mirada en la Santa Misa". Poncho Verde é o nome da localidade, nas cercanias de Santana do Livramento, onde Daví Canabarro (1796-1867), que proclamara a República Juliana, tornando Santa Catarina independente por alguns meses, em 1839 (o Rio Grande do Sul era desde 1835), rendeu-se a Luís Alves de Lima e Silva, mais conhecido como Duque de Caxias (1803-1880), em 1844, aceitando a anistia proposta pela pacificação. Na época, Caxias era apenas visconde. A seguir, foi conde, marquês e duque. Verde-amarelo designou uma vertente do Modernismo. A bandeira do Brasil é verde-amarela, cores preferenciais da nacionalidade. E a Seleção Brasileira de Futebol tem camisas amarelas e azuis. Foi campeã duas vezes com a azul e três com a amarela.