Amarelo: do baixo latim amarellus, de amarus, amargo, tal como falado na Espanha ao tempo da ocupação romana na Península Ibérica, provavelmente pela aparência dos que sofriam de icterícia ou doença que os enfraquecia ou enfeava, cor que o poeta português Luís Vaz de Camões (1524-1580) usa para tornar mais horrível o gigante Adamastor: “Não acabava, quando uma figura/ Se nos mostra no ar, robusta e válida,/ De disforme e grandíssima estatura,/ O rosto carregado, a barba esquálida,/ Os olhos encovados, e a postura/ Medonha e má, e a cor terrena e pálida,/ Cheios de terra e crespos os cabelos,/ A boca negra, os dentes amarelos.” Mas o amarelo está na palavra composta verde-amarelo, substantivo e adjetivo, a cor nacional do Brasil.
Bailarina: do italiano ballerina, feminino de ballerino, designando quem pratica profissionalmente o ofício de ballare, bailar, dançar, do latim tardio ballare, mover-se de acordo com o ritmo de certa música. No italiano, ballerina designa também a sapatilha. A poeta carioca Cecília Meireles (1901-1964) tem um lindo poema intitulado Bailarina, que começa assim: “Esta menina/ Tão pequenina/ Quer ser bailarina./ Não conhece nem dó nem ré/ Mas sabe ficar na ponta do pé”. E conclui graciosamente com esse toque sutil de humor: “Mas depois esquece todas as danças/ E também quer dormir como as outras crianças.” Nos Açores, de onde eram seus pais, a poeta dá nome a uma escola básica na Freguesia de Fajã de Cima, Concelho de Ponta Delgada.
Direita: de direito, do latim directus, direito, reto, que segue a lei, os bons costumes, faz tudo certo, ao contrário de sinister, que deu sinistrum, depois sinistro, desgraça, e esquerdo, do espanhol izquierdo, radicado na raiz basca ezkerr. Depois da Revolução Francesa, direita veio a designar os parlamentares que na assembleia se sentavam à direita do presidente e que defendiam posições mais conservadoras, por oposição à esquerda, aqueles que estavam do outro lado, mais avançados ideologicamente. Por uma dessas complexas sutilezas da língua, direita designa o que em geral é reprovado socialmente, e a esquerda aparece como seu contrário. Em recentes eleições presidenciais francesas, a candidata da extrema-direita, Marine Le Pen (43), duas vezes divorciada, mãe de três filhos, com 19% dos votos no primeiro turno, mesmo sem vencer, vai decidir quem vencerá.
Efígie: do latim effigie, declinação de effigies, representação plástica que lembra ou representa a imagem de um personagem real ou simbólico, frequentemente baseado em seu retrato ou desenho, o que nem sempre é possível. Por exemplo: a efígie de Pedro Álvares Cabral (1468-1520), um fidalgo português barbudo na antiga cédula de 1000 cruzeiros, precisou ser inventada, pois não havia representação alguma de como era seu rosto.
Tope: do frâncico topp, a parte mais alta, pelo francês antilhano top, tufo de cabelos, em forma de laço, no alto da cabeça. Dom Pedro I (1798-1834), em decreto de 18 de setembro de 1822, usou a palavra para definir as cores nacionais, depois ratificadas pela República. “Hei por bem, e com parecer do meu Conselho de Estado, ordenar o seguinte: o Laço ou Tope Nacional Braziliense será composto das cores emblemáticas — verde de primavera, e amarelo de ouro na forma do modelo anexo a este meu Decreto.”
Verdura: de verde, do latim viride, declinação de virides, planta ou mata, tudo que tem a cor verde, dando ideia de frescor, do que não está maduro, com o sufixo ura, elemento formador de palavras, como em assinatura, fartura, nomenclatura, sepultura. O poeta paranaense Paulo Leminski (1944-1989) viu coisa mais bela, em Verdura, letra que fez para uma canção de Caetano Veloso (69): “De repente me lembro do verde/ Da cor verde a mais verde que existe/ A cor mais alegre, a cor mais triste/ Verde que veste,/ Verde que vestiste/ No dia em que te vi/ No dia em que me viste.” Mas vem insólito desfecho, espelhando dramaticamente a crise da época em que ele escreveu esses versos, quando muitos brasileiros pobres iam ganhar a vida nos Estados Unidos: “De repente vendi meus filhos/ a uma família americana/ eles têm carro/ eles têm grana/ eles têm casa/ a grama é bacana/ só assim eles podem voltar/ e pegar um sol em Copacabana.”
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