Etimologia

Comum no Sul do Brasil, guri veio do tupi gwi’ri, que designa o filhote de bagre e, por extensão, a criança. Outubro, mês que se aproxima do final, teve origem no latim October, oitavo mês no calendário primitivo da Roma antiga, cujo ano começava em março.

por Deonísio da Silva* Publicado em 18/10/2010, às 21h32 - Atualizado em 19/10/2010, às 15h21

Etimologia -
Cusco: do quíchua Qosqo ou Qusqu, umbigo. Era o mais importante centro administrativo e cultural do império inca, no Peru. Fundada no século XI, a cidade com este nome e suas ruínas ainda hoje são visitadas por turistas do mundo inteiro. Sobre o Templo do Sol foi erguida uma igreja católica, já destruída duas vezes por terremotos: em 1650 e em 1950. As tragédias revelaram que os fundamentos eram o templo inca porque este não ruiu. Com o sentido de cachorro, cusco provavelmente se deve a uma onomatopeia para chamar os cães: cuz-co! E assim a palavra designa um tipo de cachorro desqualificado, o vira-lata, denominado também guapeca, guapeva, guaipé, guaipeca e guaipeva. Guri: do tupi gwi'ri, designando o filhote de bagre e, por extensão, a criança. Tem o significado de pequeno, em tupi, em sentido amplo. É muito usado no Brasil meridional para designar crianças, adolescentes e jovens, inclusive no feminino, guria. Há um projeto denominado Guri, que atende a milhares de alunos em centenas de municípios de São Paulo. Os objetivos são "levar para crianças e adolescentes a oportunidade de conhecer o mundo da música" e "promover a união destes jovens em torno de valores comuns: a dedicação aos estudos e a importância de uma atitude positiva diante dos desafios". Mercado: do latim mercatus, mercado, negócio, com influências de mercatum, do verbo mercare, indicando as ações de compra e venda. O deus protetor do comércio era Mercúrio. O étimo comum a essas palavras latinas é merx, mercadoria, do mesmo étimo de mercê, merces em latim, preço pago por uma mercadoria e depois sinônimo de graça alcançada por intercessão de santos ou diretamente com a divindade. A palavra mercado desdobrou-se em muitas outras designações: mercado aberto, mercado de capitais, mercado financeiro, mercado de trabalho, mercado paralelo, mercado negro e até o Mercado Comum Europeu, o Mercosul, redução de Mercado do Sul. E há também um mercado de nome curioso: mercado das pulgas. Este tipo de comércio existe em metrópoles do mundo todo. Um dos mais famosos é o de Paris, que se estende por 11 quilômetros de ruas, becos, lojas e galpões. Ali são vendidos calçados, roupas, joias, móveis, livros, obras de arte, ferramentas. Foi fundado em 1900. Após as duas guerras mundiais, multiplicou sua freguesia que para lá acorreu à procura de roupas usadas, principalmente, fosse para vender, fosse para comprar. Outro célebre mercado das pulgas é o de Berlim. Ali, após a queda do Muro, em 1989, era possível comprar quepes, condecorações e uniformes de oficiais e soldados alemães orientais e alguns anos mais tarde de militares russos, depois que ruiu também a União Soviética. Outubro: do latim October, oitavo mês, mas no calendário primitivo da antiga Roma, que começava o ano em março. Pela mesma razão, novembro e dezembro aludem à sequência de meses, sendo um o nono, November, e outro o décimo, o último do ano, December. Quando Júlio César (101-44 a.C.) reformou o calendário, passou a décimo, posição em que está até hoje. Os três mantêm o sufixo ber, indicando o mês. Houve eventos memoráveis em muitos outubros. A revista Aventuras na História listou algumas delas. Uma das efemérides anuais mais importantes de Santa Catarina ocorre desde 1984. É a Oktoberfest, nome alemão para um festival nascido no ano seguinte a uma grande enchente que devastou Blumenau, com o fim de levantar a autoestima da cidade. É a segunda do gênero no mundo, perdendo só para a de Munique. Em 20 de outubro de 1978, cerca de 58 toneladas de dinamite mudaram o curso do rio Paraná para construir a maior hidrelétrica do mundo, Itaipu, inaugurada em 1982. Em 31 de outubro de 1541, após sete anos de trabalho, o pintor italiano Michelangelo Buonarroti (1475-1564) concluía o magnífico afresco Juízo Final, na Capela Sistina, no Vaticano. Remover: do latim removere, inicialmente com o sentido de trazer para trás, recuar, depois consolidando-se com muitos outros significados: remover algo ou alguém, transferir, tendo até o sentido de demitir. Aparece com frequência na linguagem da informática: remover um anexo, isto é, descartá-lo, tirá-lo de onde está.
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