Emoção com reconhecimento durante o XI Grande Prêmio do Cinema Brasileiro

No XI Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, evento que reverenciou novos e veteranos talentos da dramaturgia nacional, Selton Mello (39) roubou a cena. Roteirista, ator e diretor do filme O Palhaço, o candidato brasileiro a concorrer ao Oscar 2013 de Melhor Filme Estrangeiro, ele venceu 12 das 13 categorias ao qual estava indicado. O sucesso terminou por consagrá-lo na cerimônia, no Theatro Municipal do Rio. “Nossa, subir aqui é infinitamente mais animado do que ficar ali sentado na plateia”, brincou o artista, que foi ao palco mais de quatro vezes receber o troféu Grande Otelo, inspirado no ator morto em 1993. “É um trabalho sem favelas, tiro ou sertão. Não tem alguns clichés como o Rio e o samba. É a história de um palhaço em crise de identidade. Portanto, universal”, completou Selton. Outro grande homenageado da noite foi o cineasta Cacá Diegues (72), reconhecido pelos seus 50 anos de carreira. Responsável por clássicos do cinema nacional, como Bye Bye Brasil, Xica da Silva e Quilombo, ele demonstrou um mix de surpresa e emoção. “Me achava novinho demais para receber esse tipo de homenagem, que geralmente é feita a quem já morreu ou vai se aposentar. E como nenhuma das duas coisas acontecerá comigo, fui muito surpreendido. (risos) Fico orgulhoso em ver tantos projetos inovadores, com a capacidade de nos fazer refletir”, discursou, arrancando aplausos com a referência à nova geração.

Deslumbrante em longo preto de um ombro só, Deborah Secco (32) brilhou tanto pela beleza como pelo êxito profissional. Melhor Atriz por sua atuação em Bruna Surfistinha, não conteve as lágrimas ao receber o prêmio, dedicado ao marido, o ex-jogador de futebol Roger Flores (33). “Meu maior presente foi fazer uma personagem tão distante de mim. Tive uma enorme preparação. Dedico essa honra à minha família e ao meu amor, que me emprestou totalmente para a Bruna”, afirmou ela, que deu vida à prostituta inspirada no livro O Doce Veneno do Escorpião, de Raquel Pacheco. A emoção também tomou conta de Drica Moraes (43). Com o troféu de Melhor Atriz Coadjuvante, também por Bruna Surfistinha, ela falou sobre a leucemia, doença que a acometeu em 2010, enquanto rodava o filme. “A maior e mais importante memória que tenho desse trabalho é a de estar viva. O fiz com o restinho de força e afinco que ainda me restava. Agradeço a toda equipe que segurou minha onda, ao meu filho, Mateus, e porque não dizer, ao meu doador. Não fosse ele, talvez eu nem estivesse aqui”, disse a atriz, que em Junho do mesmo ano se submeteu a um transplante de medula óssea. Recuperada, Drica vem atuando na novela global Guerra dos Sexos.

Ao lado do marido, o surfista Pedro Vianna (23), o Sccoby, Luana Piovani (36) não poupou elogios a Selton, seu amigo de longa data. “Eu simplesmente o adoro! Sou tiete mesmo. Fizemos recentemente o seriado A Mulher Invisível e foi uma experiência maravilhosa! Também sou apaixonada por circo e O Palhaço se propôs a contar uma linda história. Todos os envolvidos estão de parabéns por homenagear esse elemento tão importante da nossa infância”, falou ela, também no ar em Guerra dos Sexos. Indicadas às categorias de Melhor Atriz e Melhor Atriz Coadjuvante pelos filmes Elvis e Madona e Bróder, respectivamente, Simone Spoladore (32) e Cássia Kis Magro (54) vibraram com os vencedores. “Todos mereceram. Lutamos pela mesma causa, a de elevar cada vez mais o cinema como arte”, ressaltou Cássia, que ainda elogiou o visual platinado de Simone. “Você está um arraso”, acrescentou sobre a loira, que está em cartaz com a peça Depois da Queda, inspirada em Marilyn Monroe (1926-1962).

Responsável por reverenciar Cacá Diegues no palco na companhia de Betty Faria (71) e Zaira Zambelli, José Wilker (65) resumiu a importância do evento. “Foi simplesmente uma noite de sonho, porque tudo aquilo o que vemos nas telonas é exatamente isso, um sonho”, realçou Wilker.