Ela anuncia boda religiosa com empresário 45 anos mais jovem e dá banho de vitalidade: 'muita menina de 20 não tem meu corpo'
Relaxada em sua banheira, Elza Soares (72) se delicia ao som de Banho de Espuma, sucesso de Rita Lee (62) cantado pelo marido, o empresário Bruno Lucide (27). A cena romântica no apartamento da cantora em Copacabana, Rio, se repete com frequência e serve, segundo ela, para apimentar a relação de um ano e seis meses. "E está cada dia mais quente", garante Elza. A diferença de 45 anos de idade não interfere na rotina do casal. "Ela é uma adolescente, tem esse espírito o tempo inteiro", conta Bruno. Tanta cumplicidade fez os dois se unirem no civil, em dezembro. O próximo passo será o enlace religioso ainda este ano. "Queremos uma festa para agradecer a Deus. Penso em usar um vestido curtinho na celebração", adianta ela.
E é com esse jeito surpreendente que Elza chega aos 55 anos de carreira. A voz rouca e marcante, que lhe rendeu, em 2000, o título de Melhor Cantora do Universo pela BBC de Londres, poderá ser ouvida dia 27 no show Operária Brasileira, no Canecão, Rio. O repertório tem canções como Três Apitos, de Noel Rosa (1910-1937), e Construção, de Chico Buarque (65) - todas têm como tema o dia a dia do trabalhador. Sua vitalidade também é incomparável. Madrinha de bateria da Mocidade Independente no carnaval do Rio deste ano, Elza só não saiu no chão por causa de problema no tornozelo direito. Mas ela brilhou assim mesmo em um carro alegórico. "Tem menina com 20 que não tem esse meu corpo", diz. A força de vontade e o alto astral sempre foram fundamentais para superar momentos difíceis, como a infância pobre, a perda de quatro dos nove filhos, sendo um de fome, e a conturbada relação com o ídolo do futebol Garrincha (1933-1983).
- Já recorreu à terapia?
- Sabe por que não? Tenho a impressão de que se fizer vou curar o terapeuta. Se ele estiver em um dia cheio de problemas, depois de me ouvir, não reclama mais. Minha história de vida é remédio para todo o mundo.
- Sempre foi otimista?
- O tempo ensina a viver. Sempre fui assim. De outra forma, não teria chegado aqui. De que adiantaria alimentar ódio porque a vida me fez crescer através da fome e dor? O que passei me deixa mais acessível, compreensiva.
- Qual o conselho para quem vive reclamando?
- Olhe o planeta sofrendo, sendo destruído. Pense no Haiti, no Chile. Rapidamente, você acaba mudando o seu pensamento.
- Falta algo em sua vida?
- Enquanto há vida, está faltando, como um zero no ordenado.
- Em 2011 será lançado o documentário Elza Soares, a Voz do Brasil. Pretende falar sobre tudo?
- Vamos lembrar desde quando eu catava lixo no meio dos urubus até o momento em que atingi o estrelato, comi escargot. Tudo. Tive muitas quedas, tropeços. Mas me levantei sempre.
- Como vê o passar dos anos?
- Eu me curto. Tenho um espelho que não me deixa enganar. Por enquanto, ele não gritou muito. A hora em que embaçar, tomo providências. É importante a autoestima. Sempre fui vaidosa. É preciso agradar a quem você tem em casa porque na rua tem muitas dando bola. Se sendo gostosa já é um perigo, imagina não sendo.
- Bruno, a idade atrapalha?
Bruno - Nunca tive paciência para menininha. Dizem que a mulher amadurece mais rápido que o homem, mas tem casos e casos.
- Por que vocês tomaram a decisão de oficializar a união?
Elza - Nós nos unimos no civil para dar um ar de realidade à relação. Já comíamos, dormíamos, ficávamos sempre juntos. Tivemos respeito com o que vivíamos.
Bruno - Nós temos metas a cumprir. Se Deus quiser, casamos este ano ainda no religioso.
- O que um admira mais no parceiro?
Elza - A honestidade dele. Bruno é trabalhador. Não é um bobo, que fica em casa vendo televisão. Ele merece todo o respeito.
Bruno - A vitalidade dela é impressionante. Conheci poucas pessoas que passaram por tantos problemas na vida e conseguiram dar a volta por cima. Isso é um dom.
- Bruno é novo, deve ser paquerado. Tem ciúme, Elza?
- Ele é lindo, mas eu também não faço feio. Além do vozeirão, olha o corpinho da mulata!